| Maria, Modelo Original dos Homens | ||
Maria é figura eminente do Evangelho. Ela é apresentada como aquela que ouve de maneira exemplar a palavra de Deus, como a serva do Senhor que diz “sim” à sua palavra, como a cheia de graça que de si mesma nada é, mas que é tudo por bondade de Deus. Assim, ela é o modelo original dos homens que se abrem a Deus e se deixam enriquecer por ele, o modelo original da comunidade que crê. A piedade cristã genuína sempre mostra algum traço mariano. Maria constitui um modelo essencial para a realização da existência cristã. O significado e a importância da devoção Mariana residem em sua capacidade de estabelecer a relação com Deus. A piedade Mariana só é existencial e pastoralmente válida se estiver orientada para Cristo. A verdadeira espiritualidade Mariana não consiste tanto em rezar a Maria, mas em rezar como Maria. A história da piedade e da teologia confirmam isso. A reflexão sobre a Virgem mãe do Senhor começa já com o Novo Testamento e se desenvolve rapidamente na patrística. Pode-se ver isso desde o começo: não é possível delinear a imagem de Cristo sem inserir ali também sua mãe. Por isso, os primeiros dogmas marianos estão completamente situados num contexto cristológico. Neste período percebeu-se também com muita rapidez a função eclesiológica de Maria: qual seja o significado da Igreja e qual seja sua relação com Cristo, pode-se ler em Maria. A eclesialidade e a atitude Mariana são uma única e mesma coisa. Realmente, a Igreja se realiza de maneira exemplar em Maria. A salvação do homem consiste na comunhão com o Deus trino, comunhão que lhe é concedida através do encontro existencial com Jesus Cristo: quem o vê, vê também o Pai (Jo 14,9). Por isso, a salvação é sempre a salvação em Cristo; ela tem lugar quando alguém se insere nele, cabeça do corpo, videira para os sarmentos. A salvação consiste neste “estar em”. A Mãe do Senhor constitui importante ponto de referência neste empreendimento. Esteve unida a ele de maneira única não só plano biológico, mas também – e sobretudo – no plano espiritual, religioso e existencial. Aquele que em seu espírito, em sua espiritualidade e conduta prática se aproxima o mais possível de Maria, também se encontra numa estreita relação com Cristo e se coloca realmente na sua seqüela, que conduz ao Deus Uno e Trino, nossa vida. Maria não é a meta da existência cristã, mas seu modo e, neste sentido é insubstituível |
Em Hebraico Miriam é o Verdadeiro nome de Nossa Senhora que significa riam Deus e Mi muito Amada... a minha boca anunciará sempre o Vosso Louvor em todos os dias da minha Vida.Sou muito Amada por Deus porque posso anunciar as maravilhas que operastes em minha Vida.Na Paz de Cristo e no Amor de Maria !
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Maria nas Escrituras
| Como analisar o papel de Maria através da Bíblia Costuma dizer-se que se fala pouco de Maria nas Escrituras. Pouco? Efetivamente, assim é, se pesarem a Bíblia por quilo e se contarem os versículos. Mas quererá Deus que raciocinemos assim? ? As Escrituras fazem-nos compreender, em duas palavras, que Jesus passou com ela trinta anos, sem contar o período de gravidez e os anos de vida pública (Lc 2,51). ? O Apocalipse diz-nos, em duas frases, que ela é a verdadeira Arca, que estava no cerne de todo o Antigo Testamento (Ap 11,19). ? Maria "bendita entre todas as mulheres" (Lc 1,42), "cheia de graça" (Lc 1,28) sobre quem o Espírito santo repousa (Lc 1,35) deve, ela mesmo, declarar que "todas as gerações a chamarão de bem-aventurada" (Lc 1,48). ? E todo o Antigo Testamento anuncia Cristo de uma maneira velada e profética, mas também projeta o Rosto de Maria (Arca da Aliança, Arca de Noé, Sarça Ardente, Tabernáculo do Altíssimo, Templo de Deus, Filha de Sião, Virgem de Isaías, Bem amada do Cântico, Paraíso de Deus, etc.) de uma maneira escondida. O Próprio Espírito Santo também não é muito evocado nas Escrituras, mas as poucas passagens que d'Ele falam (por ex. Mt 28,20) devem levar-nos a compreender que Ele é igual ao Pai e ao Filho e que Ele é Deus em pessoa. É, pois preciso ir mais longe que as aparências. É importante tentar compreender e aprofundar, com a Igreja (At 8,31), todo o alcance da Palavra de Deus. Jesus disse, por exemplo, que se deve julgar a árvore pelos frutos e que a qualidade do fruto constitui uma medida da qualidade da árvore (Mt 7,20; 12,33; Lc 6,43). Ora não pode haver fruto mais belo que o Próprio Jesus. E como Jesus é o Fruto Bendito (Lc 1,42) do seio dessa extraordinária árvore que é Maria, só olhando para Ele Próprio poderemos ter uma idéia da grandeza e da bondade da Mãe de Deus... Voltemos às Escrituras, pois como Hugues de Saint Victor o resumia, retomando Santo Afonso de Ligori: "Tal Cordeiro, tal Mãe, pois a árvore conhece-se pelo fruto" |
| A espiral hermenêutica da fé | ||
4. A espiral hermenêutica da fé A relação viva entre Escritura e Tradição mediatiza-se através de comunidades cristãs vivas e inculturadas, que realizam a tarefa do Círculo Hermenêutico, ou processo vivo de interpretação de fé. Três forças, como vértices de um triângulo, intervêm na realização desta tarefa. De um lado, a Palavra de Deus, lida no horizonte da Tradição. De outro, os apelos de Deus através dos Sinais dos Tempos. No outro extremo, o clima e as experiências no interior da própria comunidade. O Círculo torna-se virtuoso quando existe sensibilidade à interpelação divina, a começar de qualquer vértice do triângulo, conduzindo a interpretações mais enriquecedoras dos dados da fé. Os elementos se condicionam mutuamente. Nova leitura da Palavra de Deus possibilita mais aguda sensibilidade aos Sinais dos Tempos, influenciando assim novas práticas pessoais, sociais e eclesiais. O movimento pode se iniciar por outro vértice. Por exemplo, experiências humanas significativas e a consciência delas decorrentes fertilizam enormemente a leitura da Palavra de Deus e provocam novas práticas eclesiais. Quem já observou a espiral de uma mola de relógio deverá ter notado que se formam vários círculos, que vão se abrindo a partir do núcleo central. À medida que o movimento da espiral continua, parece voltar ao mesmo lugar, mas está num nível superior. A interpretação enriquecedora da Escritura é como uma espiral: acumula e produz sentido. Parece tocar os mesmos pontos, mas vai ampliando cada vez mais sua compreensão. Ao mesmo tempo, está referida ao ponto de origem da espiral, que é a revelação de Deus. A absoluta novidade da interpelação de Deus, presente na vida, nos seus aspectos existenciais e sociais, intelectuais e práticos, faz a interpretação ser dinâmica e processual. Preferimos por isso falar em "espiral hermenêutica" em vez da clássica expressão "círculo hermenêutico". Estamos habituados a dizer que "a Palavra de Deus ilumina a vida". O outro lado do movimento também é verdadeiro: a vida ilumina ou veda a compreensão da Bíblia. A situação existencial de pessoas e grupos no interior da comunidade eclesial condiciona duplamente a leitura da Bíblia. Por um lado, elementos "negativos" ou "restritivos" tendem a obscurecer ou impedir a compreensão das interpelações de Deus, tanto na própria vida como na Bíblia. Por exemplo: uma pessoa egoísta e fechada sobre si mesma terá sérias dificuldades em compreender a mensagem bíblica da partilha. Alguém que tem vida tranqüila e sem riscos com a sobrevivência não aceitará facilmente a preferência de Deus pelos pobres. Um adolescente de pai carrasco ou ausente tenderá a ter resistência quando ouve falar de “Deus Pai". Uma comunidade ou grupo de esquema mental rígido, muito moralista e escrupuloso, normalmente procurará os textos bíblicos de forte conteúdo apelativo e normativo que confirmem sua posição. O mesmo acontece com os grandes condicionamentos sociais e culturais. Na cultura patriarcal, predomina a tendência de ler a Bíblia na ótica masculina. Numa sociedade de classes extremamente diferenciadas, os setores dominantes tendem a se apropriar da leitura da Bíblia para colocá-la a seu serviço. Muitas vezes, tais posturas e esquemas são inconscientes. Faz parte do pecado, tanto a nível pessoal como social, enganar-se e enganar aos outros. Também as estruturas eclesiais condicionam negativamente a leitura das Escrituras, seja "esquecendo" elementos centrais da fé e do seguimento, seja valorizando demais elementos secundários e até caducos. Isso pode acontecer na condução da liturgia, na administração dos sacramentos, na pregação, no espaço de participação concedido aos leigos, no Direito Canônico, na moral sexual, na interpretação da doutrina, especialmente dos dogmas etc. Se a Igreja se compreende como auto-suficiente, isolada do mundo e sem nada a aprender dele, as grandes perguntas provenientes da sociedade, que poderiam enriquecer enormemente a leitura da Bíblia e enriquecer a Tradição, ficam "do lado de fora". A vida também traz condicionamentos positivos para a leitura da Palavra de Deus. Uma pessoa solidária com os outros encontrará na Escritura muitos elementos que a ajudarão na prática do amor. Quem já passou por terríveis sofrimentos e perseguições, compreenderá com luz nova as reflexões de Jó e se deixará iluminar pelo mistério da cruz de Jesus. A crescente consciência do papel das mulheres na sociedade ajudará a fazer uma leitura não-patriarcal da Bíblia, na qual homens e mulheres, em reciprocidade, têm lugar e valor. A prática da luta pela justiça e por melhores condições de vida permitirá desentranhar e compreender com intensidade a experiência do (Êxodo, a opção de Jesus pelos empobrecidos e a repercussão social da fé. Um sopro de renovação na Igreja, como foi o Vaticano II, dilatou enormemente as possibilidades e o "leque de leitura" da Escritura e da Tradição. Ao proclamar a necessidade do diálogo Igreja-mundo e a abertura aos Sinais dos Tempos (GS 1, 3,11), o Concílio abriu a porta para que elementos vindos de fora da comunidade eclesial tornassem mais fecunda à compreensão dos dados de fé. A interação criativa entre o que chamamos "vida", "Bíblia" e Tradição acontecem devido ao Espírito Santo que age, de maneiras diversas, tanto no texto escrito quanto na existência humana. Através de cada instância, e especialmente na relação circular entre elas, Deus mesmo nos oferece seu amor, interpela a conversão e chama para realizar um projeto comum que tem a extensão da humanidade. Fonte: Da Mariologia Bíblica à Dogmática Irmão Afonso Murad (marista) In: Nova Aurora, 1995 - no 1, São Paulo. |
| Maria, doa-nos a espontaneidade do teu Coração | ||
A espontaneidade faz parte dos grandes valores da vida que vivificam o coração da pessoa, porque o mantém aberto e dócil à verdade. Isso pode ser verificado claramente nas crianças: quem, mais do que elas, podem nos ensinar a ser espontâneo? Um dom, este, que floresce no terreno da sinceridade! Mestres de espírito convergem sobre o fato de que a espontaneidade é a verdadeira essência da oração, porque é aquilo que torna a oração autêntica: livre de hipocrisias e de meias verdades - ou de meias mentiras -, nos apresenta a Deus para “adorá-Lo em espírito e verdade” (Jo 4, 23). Os diálogos entre as pessoas seguem o mesmo itinerário; se faltasse a espontaneidade no diálogo, não existiria uma verdadeira compartilha daquilo que está realmente dentro de nós. Sem a espontaneidade na oração, não poderia existir o "diálogo do coração", a "oração do coração" com Deus; seria como um dia sem sol: cinzento! A Virgem Maria nos mostra, com o seu exemplo iluminador, que a espontaneidade é uma constante do seu Coração Imaculado, basta pensar em quando “se dirigiu apressadamente para encontrar Isabel”, imediatamente depois da Anunciação (cfr. Lc 1, 39). Sobre as asas da Caridade e da Verdade, que Cristo seu Filho personifica, Nossa Senhora chega à casa de Isabel e, naquele encontro, marcado pela espontaneidade, acontece a compartilha do maior dom: o Espírito Santo. Isabel e João Batista exultam de alegria e a Virgem proclama o seu magnificat nascido da espontaneidade do seu coração repleto do Amor de Deus. Somente às almas humildes o Senhor concede os mais altos e consoladores dons do Seu Espírito: o amor, a alegria, a paz... Somente aos corações que se tornam crianças, o Pai confia o Reino dos Céus. Grande inimigo da espontaneidade é o cálculo humano das “vantagens-desvantagens”, acompanhado do juízo mesquinho e não da sabedoria do coração. Para saborear os dons do Espírito, é preciso também colocar de lado todo cálculo interessado; para se tornar amigos da espontaneidade, o Senhor com sua Mãe vêm liberar-nos dos preconceitos que aprisionam o coração e o sufocam. Somente assim seremos mais humanos, porque realmente livres. O Evangelho é um convite contínuo a esta conversão do coração e encoraja todos ao cântico da espontaneidade, típico das pessoas simples e humildes! Quantas profissões de fé, exaltadas pelo Senhor, nasceram de um coração semelhante: aberto à verdade! O Evangelho, seja no seu conteúdo seja no seu estilo, nos revela e nos doa a alegria da Boa Nova que, espontaneamente, dilata o coração sobre as asas da caridade e da verdade. O evangelista Lucas, que hoje festejamos, nos testemunha, também ele, todas essas realidades; basta pensar na infância de Jesus, que abre nos nossos corações panoramas de extraordinária simplicidade, como justamente a narração da Visitação. Os Pais testemunharam, desde o início, que é o Espírito Santo o Autor principal desses sagrados textos evangélicos. Ele se serviu de humildes servidores, que estavam bem distantes de cálculos humanos. Por isso, não condiz nem à natureza nem ao conteúdo do Evangelho, uma sua leitura feita com certos preconceitos, com certos cálculos, com certos esquemas pré-confeccionados, como se aqueles que o escreveram não tivessem sido impulsionados pelo Espírito, mas por hipotéticos cálculos para tornar tudo mais interessante! Jesus disse que a ação do Espírito Santo é como o vento: ouve-se a voz, mas não se sabe de onde vem e para onde vai (cfr. Jo 3, 8); assim é de cada um que se faz discípulo deste Espírito à escola de Jesus e de Maria: deixa tudo - mesmo que, como frequentemente acontece, não imediatamente, mas aos poucos - para seguir o Senhor, se tornando sempre mais espontâneo, sempre mais aberto, com o coração livre para ser transportado por Deus para onde Ele quiser. Pedimos com insistência a graça da espontaneidade, hoje não pouco ameaçada por uma cultura da vantagem, que o mundo propugna com a espada alçada, desprezando aqueles que, ao invés, se fazem pobres de espírito, realmente últimos, como Jesus e Maria: “Depôs poderosos de seus tronos e a humildes exaltou” (Lc 1, 52). Fonte: Padre Luciano Alimandi |
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| Homilia de Bento XVI na Casa de Maria em Éfeso | ||
| Queridos irmãos e irmãs: Nesta celebração eucarística, queremos louvar o Senhor pela divina maternidade de Maria, mistério que aqui, em Éfeso, no Concílio ecumênico do ano 431, foi solenemente confessado e proclamado. A este lugar, um dos mais queridos para a comunidade cristã, vieram em peregrinação meus venerados predecessores, os servos de Deus Paulo XI e João Paulo II, que visitou este santuário em 30 de novembro de 1979, pouco depois de um ano do início de seu pontificado. Mas há outro predecessor meu que esteve neste país, não como Papa, mas como representante pontifício, desde janeiro de 1935 até dezembro de 1944, e cuja lembrança suscita ainda muita devoção e simpatia: o beato João XXIII, Angelo Roncalli. Ele sentia uma grande estima e admiração pelo povo turco. Neste sentido, gosto de recordar uma expressão que se lê em seu «Diário de uma alma»: «Amo os turcos, aprecio as qualidades naturais deste povo, que tem um lugar preparado no caminho da civilização» (no 741). Deixou, como dom à Igreja e ao mundo, uma atitude espiritual de otimismo cristão, fundamentado em uma fé profunda e em uma constante união com Deus. Animado por este espírito, dirijo-me a esta nação e, de maneira particular, ao «pequeno rebanho» de Cristo, que vive no meio dela, para alentá-lo e manifestar-lhe o afeto de toda a Igreja. Com grande afeto, saúdo a todos vós, aqui presente, fiéis de Izmir, Mersin, Iskenderun e Antakia, e a outros vindos de diferentes partes do mundo, assim como os que não puderam participar nesta celebração, mas que estão espiritualmente unidos a nós. Saúdo em particular Dom Ruggero Franceschini, arcebispo de Izmir, Dom Giuseppe Bernardini, arcebispo emérito de Izmir, Dom Luigi Padovese, os sacerdotes e religiosas. Obrigado por vossa presença, por vosso testemunho, por vosso serviço à Igreja nesta terra bendita, na qual, em suas origens, a comunidade cristã experimentou grandes desenvolvimentos, como o testificam também numerosos peregrinos que vem à Turquia. Mãe de Deus – Mãe da Igreja Escutamos a passagem do Evangelho de João que convida a contemplar o momento da Redenção, quando Maria, unida ao Filho no oferecimento do Sacrifício, estendeu sua maternidade a todos os homens, em particular, aos discípulos de Jesus. Testemunho privilegiado desse acontecimento foi o próprio autor do quarto Evangelho, João, o único dos apóstolos que permaneceu no Gólgota. Se é verdade, como observa Santo Anselmo, que «desde o momento do “fiat”, Maria começou a levar todos em seu seio», a vocação e missão materna da Virgem com relação aos crentes em Cristo começou efetivamente quando Cristo lhe disse: «Mulher, aí tens o teu filho» (João 19, 26). Vendo desde o alto da cruz a Mãe e a seu lado o discípulo amado, Cristo ao morrer reconheceu a primícia da nova Família que veio formar no mundo, o germe da igreja e da nova humanidade. Por este motivo, se dirigiu a Maria chamando-a «mulher» e não de «mãe»; termo que contudo utilizou ao confirmá-la ao discípulo: «Eis aí a tua mãe» (João 19, 27). O Filho de Deus cumpriu deste modo com sua missão: nascido da Virgem para compartilhar em tudo, salvo no pecado, nossa condição humana, no momento do regresso ao Pai deixou no mundo o sacramento da unidade do gênero humano (cf. constituição «Lumen gentium», 1): a família «congregada pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (São Cipriano, «De Orat. Dom». 23: PL 4, 536), cujo núcleo primordial é precisamente este vínculo novo entre a Mãe e o discípulo. Deste modo, ficam unidas de maneira indissolúvel a maternidade divina e a maternidade eclesial. Mãe de Deus – Mãe da unidade A primeira leitura nos apresentou o que se pode definir como o «evangelho» do apóstolo dos povos: todos, inclusive os pagãos, estão chamados em Cristo a participar plenamente no mistério da salvação. Em particular, o texto utiliza a expressão que escolhi como lema para minha viagem apostólica: «Ele, Cristo, é nossa paz» (Efésios 2, 14). Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo não só afirma que Jesus Cristo nos trouxe a paz, mas também que ele «é» nossa paz. E justifica esta afirmação referindo-se ao mistério da Cruz: derramando «seu sangue», diz, oferecendo como sacrifício «sua carne», Jesus destruiu a inimizade «para criar em si mesmo, dos dois, um só Homem Novo» (Efésios 2, 14-16). O apóstolo explica de que forma realmente imprevisível, a paz messiânica se realiza na pessoa de Cristo e em seu mistério salvífico. E o explica escrevendo, enquanto se encontra prisioneiro, à comunidade cristã que vivia aqui, em Éfeso: «aos santos e fiéis em Cristo Jesus» (Efésios 1,1), como afirma ao início da carta. O apóstolo lhes deseja «graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (Efésios 1, 2). «Graça» é a força que transforma o homem e o mundo; «paz» é o fruto maduro desta transformação. Cristo é a graça, Cristo é a paz. Paulo é consciente de ser enviado para anunciar um «mistério», ou seja, um desígnio divino que só se realizou e revelou na plenitude dos tempos em Cristo: ou seja, «que os gentis são co-herdeiros, membros do próprio Cristo e partícipes da mesma promessa em Cristo Jesus por meio do Evangelho» (Efésios 3, 6). Este «mistério» se realiza, no âmbito histórico-salvífico, «na Igreja», esse novo Povo no qual, destruído o velho muro de separação, se voltam a encontrar em unidade judeus e pagãos. Como Cristo, a Igreja não é só um «instrumento» da unidade, mas também um «sinal eficaz». E a Virgem Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, é a «Mãe» desse «mistério de unidade» que Cristo e a Igreja representam inseparavelmente e que edificam no mundo e através da história. Imploremos paz para Jerusalém e para todo o mundo O apóstolo dos povos explica que Cristo é quem «dos dois povos fez um» (Efésios 2, 14): esta afirmação se refere propriamente à relação entre judeus e gentis frente ao mistério da salvação eterna; afirmação, contudo, que pode ampliar-se analogicamente às relações entre os povos e as civilizações presentes no mundo. Cristo «veio para anunciar a paz» (Efésios 2, 17), não só entre judeus e não judeus, mas também entre todas as nações, porque todas procedem do mesmo Deus, único Criador e Senhor do universo. Apoiados pela Palavra de Deus, desde aqui, desde Éfeso, cidade abençoada pela presença de Maria santíssima -- que, como sabemos, é amada e venerada também pelos muçulmanos --, elevamos ao Senhor uma oração especial pela paz entre os povos. Desde esta extremidade da península de Anatólia, ponte natural entre continentes, invocamos paz e reconciliação antes de tudo para quem vive na Terra que chamamos “santa”, e que assim é considerada por cristãos, judeus e muçulmanos: é a terra de Abraão, de Isaac e de Jacó, destinada a albergar um povo que foi bênção para todas as nações (cf. Gêneses 12, 1-3). Paz para toda a humanidade! Que se realize logo a profecia de Isaías: «Forjarão de suas espadas enxadas, e de suas lanças, podadoras. Não levantará espada nação contra nação, nem se exercitarão mais na guerra» (2, 4). Todos necessitamos desta paz universal; a Igreja está chamada a ser não só sua anunciadora profética, mas mais ainda seu «sinal e instrumento». Desde esta perspectiva universal de pacificação, torna-se mais profundo e intenso o anseio da plena comunhão e concórdia entre todos os cristãos. Na celebração de hoje, estão presentes os fiéis católicos de vários ritos, e isto é motivo de alegria e louvor a Deus. Estes ritos são expressão dessa admirável variedade com a que a Esposa de Cristo está decorada, sob a condição de que saibam convergir na unidade e no testemunho comum. Para alcançar este objetivo tem que ser exemplar a unidade entre os ordinários da Conferência Episcopal, na comunhão e compartilhando os esforços pastorais. «Magnificat» A liturgia de hoje nos fez repetir, como um refrão do salmo responsorial, o cântico de louvor que a Virgem de Nazaré proclamou no encontro com sua anciã parente Isabel (cf. Lucas 1, 39). Também foram motivo de consolação as palavras do salmista: «Amor e verdade se encontraram, justiça e paz se abraçam» (Salmo 84, v. 11). Queridos irmãos e irmãs: com esta visita, eu quis manifestar não só meu amor e proximidade espiritual, mas também os da Igreja universal à comunidade cristã que aqui, na Turquia, é verdadeiramente uma pequena minoria e enfrenta cada dia não poucos desafios e dificuldades. Com firme confiança cantemos, junto a Maria, o «magnificat» do louvor e da ação de graças a Deus, que olha a humildade de sua serva (cf. Lucas 1, 47-48). Cantemos com alegria inclusive quando sofremos dificuldades e perigos, como testifica o belo testemunho do sacerdote romano, o Pe. Andrea Santoro, a quem quero recordar também em nossa celebração. Maria nos ensina que Cristo é a única fonte de nossa alegria e nosso único apoio firme, e nos repete as palavras: «Não tenhais medo» (Marcos 6, 50), «Eu estou convosco» (Mateus 28, 20). E tu, Mãe da Igreja, acompanha sempre nosso caminho! Santa Maria, Mãe de Deus, roga por nós! «Aziz Meryem Mesih’in Annesi bizim için Dua et». Amém. Fonte: Zeni |
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| Argentina, um país que ama Maria | ||
A Argentina, como toda a América Latina, tornou-se mariana logo que se converteu à fé católica, desde o século XVI. Seus mais importantes santuários dedicados a Maria são: Nossa Senhora de Lujan, a Leste, Nossa Senhora do Vale do Norte A Virgem de Itati, no litoral. Mas existem ainda muitos outros, pois os argentinos católicos são particularmente devotos da Santa Virgem, e sentem-se felizes em honrá-la e rezar a ela, como sua Mãe. Inúmeras cidades argentinas levam o nome de Maria. Eis algumas das mais importantes do país: * Começando pela maior delas, Buenos Aires: fundada em 1535, o nome oficial é "ciudad de la Santissima Trinidad y puerto de Santa Maria de los Buenos Aires", quer dizer; "Cidade da Santa Trindade e porto de Santa Maria dos Bons Ares"...; * Rosário, a segunda maior cidade da Argentina, recebeu seu nome em homenagem a Virgem do Rosário...; * Mercedes foi assim chamada em homenagem a Nossa Senhora das Mercês... etc... O Papa Pio XI, ao encerrar o Congresso Eucarístico Internacional de 1934, em Palermo, abençoou a Argentina e a confiou a "Nossa Senhora de Lujan, Padroeira muito especial da República Argentina". A devoção mariana é tão popular na Argentina que as instituições oficiais do país e as famílias, em geral, freqüentemente escolhem a Santa Mãe de Jesus como sua Padroeira particular: assim, temos a Marinha, o Exército, a Aeronáutica e outras instituições do Estado... O povo, na Argentina, se orgulha de ter a Virgem Maria como Santa Padroeira! Fonte: Marie de Nazareth |
Virgem Maria
A Virgem Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, é uma criatura privilegiada. Deus queria fazer-se homem e escolheu Sua Mãe, cumulando-a de todos os dons e virtudes, a fim de preparar Sua morada em seu seio virginal.
Com razão, o profundo sentido de piedade popular dirige-lhe este louvor: "mais que tu, só Deus!" Suas relações especiais com a Santíssima Trindade fazem com que a louvemos como Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa do Espírito Santo de Deus. Bem pôde cantar agradecida, ao ter conhecimento do mistério da sua eleição divina para ser a Mãe do Verbo Encarnado: "todas as gerações me hão de proclamar bem-aventurada, porque o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas."
O privilégio fundamental, que está no centro de todos os outros e dá a razão deles, é a maternidade divina. Maria Santíssima é verdadeiramente Mãe de Deus, porque gerou e deu à luz Cristo Jesus, que é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Quando Nestório negou a Maternidade divina de Maria, o Concílio de Éfeso proclamou este ensinamento: "Se alguém não confessa que o Emanuel é verdadeiro Deus e por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, posto que gerou carnalmente o Verbo de Deus feito carne, seja anátema". (Anatem, de S. Cirilo, 1, em Dz.113).Jesus é seu Filho.
Porque estava escolhida para ser Mãe de Deus, foi preservada do pecado original com o qual todos nascemos, herdado de nossos primeiros pais. Ela é a Imaculada Conceição. Assim Pio IX define este dogma: "Proclamamos e definimos que a doutrina que afirma que a Santíssima Virgem Maria foi preservada imune a toda mancha de culpa original no primeiro instante da sua conceição por graça singular e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Cristo Jesus Salvador do gênero humano, é revelada por Deus e deve ser portanto acreditada firme e constantemente por todos os fiéis". ( Bula Inefabilis Deus, 8 de dezembro de 1854, em Dz. 1641).
Embora esse privilégio se refira diretamente à inexistência nela do pecado original, há de se entender ao mesmo tempo que Deus a santificou com tal abundância de graças que a colocam acima de todos os Anjos e de todos os Santos. Ela é a Rainha de todos os Santos porque a medida da Sua santidade é o privilégio maior que Deus concedeu a uma criatura: ser Sua Mãe.
"Todas as gerações me chamarão bem aventurada" (Lc 1, 48)
A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão. A Santíssima Virgem é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Com efeito, desde remotíssimos tempos a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de "Mãe de Deus" sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os perigos e necessidades. Este culto encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, resumo de todo o Evangelho.
Devemos acrescentar ainda, que na história da humanidade nunca se ouviu dizer de alguém que tivesse tantos títulos quanto Maria
Com razão, o profundo sentido de piedade popular dirige-lhe este louvor: "mais que tu, só Deus!" Suas relações especiais com a Santíssima Trindade fazem com que a louvemos como Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa do Espírito Santo de Deus. Bem pôde cantar agradecida, ao ter conhecimento do mistério da sua eleição divina para ser a Mãe do Verbo Encarnado: "todas as gerações me hão de proclamar bem-aventurada, porque o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas."
O privilégio fundamental, que está no centro de todos os outros e dá a razão deles, é a maternidade divina. Maria Santíssima é verdadeiramente Mãe de Deus, porque gerou e deu à luz Cristo Jesus, que é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Quando Nestório negou a Maternidade divina de Maria, o Concílio de Éfeso proclamou este ensinamento: "Se alguém não confessa que o Emanuel é verdadeiro Deus e por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, posto que gerou carnalmente o Verbo de Deus feito carne, seja anátema". (Anatem, de S. Cirilo, 1, em Dz.113).Jesus é seu Filho.
Porque estava escolhida para ser Mãe de Deus, foi preservada do pecado original com o qual todos nascemos, herdado de nossos primeiros pais. Ela é a Imaculada Conceição. Assim Pio IX define este dogma: "Proclamamos e definimos que a doutrina que afirma que a Santíssima Virgem Maria foi preservada imune a toda mancha de culpa original no primeiro instante da sua conceição por graça singular e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos de Cristo Jesus Salvador do gênero humano, é revelada por Deus e deve ser portanto acreditada firme e constantemente por todos os fiéis". ( Bula Inefabilis Deus, 8 de dezembro de 1854, em Dz. 1641).
Embora esse privilégio se refira diretamente à inexistência nela do pecado original, há de se entender ao mesmo tempo que Deus a santificou com tal abundância de graças que a colocam acima de todos os Anjos e de todos os Santos. Ela é a Rainha de todos os Santos porque a medida da Sua santidade é o privilégio maior que Deus concedeu a uma criatura: ser Sua Mãe.
"Todas as gerações me chamarão bem aventurada" (Lc 1, 48)
A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão. A Santíssima Virgem é legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Com efeito, desde remotíssimos tempos a bem-aventurada Virgem é venerada sob o título de "Mãe de Deus" sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes em todos os perigos e necessidades. Este culto encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, tal como o Santo Rosário, resumo de todo o Evangelho.
Devemos acrescentar ainda, que na história da humanidade nunca se ouviu dizer de alguém que tivesse tantos títulos quanto Maria
O Espirito Santo e Maria
O mistério de Maria é inseparável do mistério do Espírito Santo. Mais: dele depende. O Apocalipse fala de uma mulher vestida de sol (12,1). Esse sol é o Espírito Santo, que a enriqueceu de todas as graças desde quando o Pai a escolheu para ser a mãe de seu Filho. E quando, cheia de graça, chegada a plenitude dos tempos (Gl 4,4), ela deveria conceber Jesus, é o Espírito Santo que a fecunda, como rezamos no Credo: "O Filho unigênito de Deus ... por nós e para nossa salvação desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria".
Revestida de sol, coberta pelo Espírito Santo, Maria tornou-se, no dizer de São Bernardo, "um abismo de luz, gestando o verdadeiro Deus, Deus e homem ao mesmo tempo" e, diante desse fato, observa ainda São Bernardo, "até o olho angélico fica ofuscado com a potência de tal fulgor".
Sol e luz são figuras para expressar um fato: Maria, senhora de todas as bênçãos, concebe o Filho de Deus, por obra e graça do Espírito Santo, e é associada para sempre à obra redentora do Cristo e à missão do Espírito Santo Paráclito na história da salvação. Afirma o Evangelista Lucas que, à pergunta de Maria como seria possível conceber, se ela não conhecia homem algum, o anjo lhe garantiu: "O Espírito Santo descerá sobre ti" (Lc 1,15). Comenta o Catecismo: "A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada ao Filho. O Espírito Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-lo divinamente, ele que é 'o Senhor que dá a Vida', fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua" (484-485).
Para expressar essa unidade de mistérios entre Maria e o Espírito Santo, os teólogos não hesitam em chamar Maria de Esposa do Espírito Santo. Assim, São Francisco, na antífona que compôs para o Ofício da Paixão do Senhor, reza: "Santa Virgem Maria, não há mulher nascida no mundo semelhante a vós, serva do Altíssimo Rei e Pai celestial, Mãe do nosso Santíssimo Senhor Jesus Cristo, Esposa do Espírito Santo".
A festa litúrgica, que celebra a encarnação de Jesus, chamada "Solenidade da Anunciação do Senhor" (25 de março), une estreitamente Jesus, Maria e o Espírito Santo. Jesus é a razão de ser de todos os privilégios e da própria missão de Maria. O Espírito Santo consagra Maria, fecunda-a e, ao mesmo tempo une-se à missão salvadora de Jesus, tornando-o o Cristo, o Ungido de Deus. Vários momentos da vida terrena de Jesus mostram-no cheio do Espírito Santo (Lc 4,1; Jo 1,33), movido pelo Espírito Santo (Lc 4,18) e tendo o Espírito Santo como testemunha de sua messianidade e de sua doutrina (Lc 12,12; Jo 14,26; 16,13).
Ao dobrarmos os joelhos diante do mistério da encarnação, adoramos a Trindade santa: o Pai que envia o Filho, o Filho que, permanecendo Deus, obedece e assume o corpo humano, o Espírito Santo, que possibilita a concepção imaculada de Jesus. Dentro desse mistério e protagonista dele encontra-se Maria, mulher como todas as mulheres, mas associada misteriosamente, através da maternidade divina, à missão redentora e santificadora do mundo. "Por isso mesmo - escreve o Papa Pio IX na Bula de proclamação do dogma da Imaculada Conceição - Deus a cumulou, de maneira tão admirável, da abundância dos bens celestes do tesouro de sua divindade, mais que a todos os espíritos angelicais e todos os santos, de tal forma que ficaria absolutamente isenta de toda e qualquer mancha de pecado, podendo, assim, toda bela e perfeita, ostentar uma inocência e santidade tão abundantes, quais outras não se conhecem abaixo de Deus, e que pessoa alguma, além de Deus, jamais alcançaria, nem em espírito" (n. 2).
Diante de Maria, envolta pela inaudita graça da maternidade divina, São Francisco, apaixonado pelo mistério da encarnação, prorrompe numa saudação em que, faltando palavras, busca com símbolos e comparações dizer o que lhe vai na mente e no coração: "Salve, Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem! Salve, ó palácio do Senhor! Salve, ó tabernáculo do Senhor! Salve, ó morada do Senhor! Salve, ó manto do Senhor! Salve, ó serva do Senhor! Salve ó Mãe do Senhor! Salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis, transformando-os em fiéis servos de Deus".
Sempre na tentativa de expressar com palavras humanas aquele momento único da encarnação do Senhor, há teólogos que se demoram em comparar a presença dinâmica do Espírito Santo na pessoa de Maria com o início da criação, quando, segundo o Gênesis (1,2) o Espírito de Deus soprava forte sobre as águas, ou seja, separava os elementos, ordenava-os, permitindo o nascimento da vida na terra. Rezamos no Credo: "Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida". Dar a vida é uma das atribuições do Espírito Santo. Na primeira criação, o Espírito como que fecundou a Natureza. Na segunda criação, inaugurada na Anunciação, o
Espírito Santo não só fecundou Maria que, como mulher, concebeu e deu início a uma vida, mas também tornou-se autor daquele que mais tarde declarou explicitamente: "Eu sou a vida" (Jo 11,25; 14,6).
Dar vida tornou-se sinônimo da missão de Jesus na terra. Por isso mesmo, toda a missão de Jesus está prenhe do Espírito Santo. Jesus foi preciso: "Eu vim para que todos tenham a vida em plenitude" (Jo 10,10). Esta plenitude da vida nos é dada pelo Espírito Santo, ligada ao mistério da Encarnação do Senhor, liga à própria vida do Filho de Deus na terra, obra e graça do Espírito Santo. Plenitude de vida aqui na terra e plenitude de vida na comunhão eterna com Deus. Aqui na terra, na vivência dos dons do Espírito Santo, que Maria recebeu em superabundância, particularmente a fé, a esperança e a caridade, que explodiram no seu "sim" ao plano de Deus e a mantiveram ao lado do Filho em todas as circunstâncias, inclusive ao pé da Cruz. Dos mesmos dons recebemos a coragem e a graça de acompanhar o Senhor Jesus e, na força do Espírito Santo, testemunhá-lo em nossa vida e em nossas ações e sermos pelo Senhor recebidos na morte e transportados à comunhão eterna com a Trindade.
Há um outro momento na história da salvação, fundamental também ele, no qual a Escritura acentua a presença de Maria, envolta no Espírito Santo. Refiro-me a Pentecostes. Na encíclica Redemptoris Mater - sobre o papel de Maria na história e na vida da Igreja - escreveu o Papa João Paulo II: "Na economia redentora da graça, atuada sob a ação do Espírito Santo, existe uma correspondência singular entre o momento da Encarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. A pessoa que une estes dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria no Cenáculo de Jerusalém. ... Assim, aquela que está presente no mistério de
Cristo como Mãe, torna-se - por vontade do Filho e por obra do Espírito Santo - presente no mistério da Igreja" (n. 24).
Quando a Igreja declara que o Espírito Santo é sua alma (Lumen Gentium, 7), está reconhecendo nele a vida que a sustenta, a dinamiza, a santifica e lhe é garantia de fidelidade. Maria é o ícone da Igreja. Cheia do Espírito Santo, por sua obra e graça, ela deu à luz o Filho de Deus. A Igreja, sempre por obra e graça do Espírito Santo, gera os filhos para Deus. Se Maria foi verdadeiramente Mãe do Jesus histórico, concebido em Nazaré, nascido em Belém, crucificado e morto em Jerusalém, ela é também a verdadeira Mãe da Igreja, corpo místico do Cristo ressuscitado, vivo e presente até os confins do mundo e até o fim dos tempos.
Transcrevo uma oração atribuída a Santo Ildefonso (+667): "Ó Virgem Imaculada, aquele que armou sua tenda em Ti, enriqueceu-Te com os sete dons de seu Santo Espírito, como sete pedras preciosas. Primeiro, ornou-Te com o dom da Sabedoria, em força do qual foste divinamente elevada ao Amor dos amores. Depois, deu-Te o dom do Intelecto, pelo qual subiste às culminâncias do esplendor hierárquico. O terceiro dom com que foste agraciada foi o do Conselho, que Te fez virgem prudente, atenta e perspicaz. O dom da Ciência que recebeste foi confirmado pelo próprio magistério de Teu Filho. O quinto dom, o da Fortaleza, o manifestaste na firme perseverança, na constância e no vigor contra as adversidades. O dom da Piedade fez-Te clemente, piedosa, compreensiva, porque tinhas infusa a caridade. Pelo sétimo dom, o Temor de Deus transpareceu na Tua vida simples e respeitosa diante da imensa majestade. Alcança-nos estes dons, ó Virgem três vezes bendita, Tu, que mereceste ser chamada o Sacrário do Espírito Santo. Amém.
Por Frei Clarêncio Neotti, O.F.M
Revestida de sol, coberta pelo Espírito Santo, Maria tornou-se, no dizer de São Bernardo, "um abismo de luz, gestando o verdadeiro Deus, Deus e homem ao mesmo tempo" e, diante desse fato, observa ainda São Bernardo, "até o olho angélico fica ofuscado com a potência de tal fulgor".
Sol e luz são figuras para expressar um fato: Maria, senhora de todas as bênçãos, concebe o Filho de Deus, por obra e graça do Espírito Santo, e é associada para sempre à obra redentora do Cristo e à missão do Espírito Santo Paráclito na história da salvação. Afirma o Evangelista Lucas que, à pergunta de Maria como seria possível conceber, se ela não conhecia homem algum, o anjo lhe garantiu: "O Espírito Santo descerá sobre ti" (Lc 1,15). Comenta o Catecismo: "A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada ao Filho. O Espírito Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-lo divinamente, ele que é 'o Senhor que dá a Vida', fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua" (484-485).
Para expressar essa unidade de mistérios entre Maria e o Espírito Santo, os teólogos não hesitam em chamar Maria de Esposa do Espírito Santo. Assim, São Francisco, na antífona que compôs para o Ofício da Paixão do Senhor, reza: "Santa Virgem Maria, não há mulher nascida no mundo semelhante a vós, serva do Altíssimo Rei e Pai celestial, Mãe do nosso Santíssimo Senhor Jesus Cristo, Esposa do Espírito Santo".
A festa litúrgica, que celebra a encarnação de Jesus, chamada "Solenidade da Anunciação do Senhor" (25 de março), une estreitamente Jesus, Maria e o Espírito Santo. Jesus é a razão de ser de todos os privilégios e da própria missão de Maria. O Espírito Santo consagra Maria, fecunda-a e, ao mesmo tempo une-se à missão salvadora de Jesus, tornando-o o Cristo, o Ungido de Deus. Vários momentos da vida terrena de Jesus mostram-no cheio do Espírito Santo (Lc 4,1; Jo 1,33), movido pelo Espírito Santo (Lc 4,18) e tendo o Espírito Santo como testemunha de sua messianidade e de sua doutrina (Lc 12,12; Jo 14,26; 16,13).
Ao dobrarmos os joelhos diante do mistério da encarnação, adoramos a Trindade santa: o Pai que envia o Filho, o Filho que, permanecendo Deus, obedece e assume o corpo humano, o Espírito Santo, que possibilita a concepção imaculada de Jesus. Dentro desse mistério e protagonista dele encontra-se Maria, mulher como todas as mulheres, mas associada misteriosamente, através da maternidade divina, à missão redentora e santificadora do mundo. "Por isso mesmo - escreve o Papa Pio IX na Bula de proclamação do dogma da Imaculada Conceição - Deus a cumulou, de maneira tão admirável, da abundância dos bens celestes do tesouro de sua divindade, mais que a todos os espíritos angelicais e todos os santos, de tal forma que ficaria absolutamente isenta de toda e qualquer mancha de pecado, podendo, assim, toda bela e perfeita, ostentar uma inocência e santidade tão abundantes, quais outras não se conhecem abaixo de Deus, e que pessoa alguma, além de Deus, jamais alcançaria, nem em espírito" (n. 2).
Diante de Maria, envolta pela inaudita graça da maternidade divina, São Francisco, apaixonado pelo mistério da encarnação, prorrompe numa saudação em que, faltando palavras, busca com símbolos e comparações dizer o que lhe vai na mente e no coração: "Salve, Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem! Salve, ó palácio do Senhor! Salve, ó tabernáculo do Senhor! Salve, ó morada do Senhor! Salve, ó manto do Senhor! Salve, ó serva do Senhor! Salve ó Mãe do Senhor! Salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis, transformando-os em fiéis servos de Deus".
Sempre na tentativa de expressar com palavras humanas aquele momento único da encarnação do Senhor, há teólogos que se demoram em comparar a presença dinâmica do Espírito Santo na pessoa de Maria com o início da criação, quando, segundo o Gênesis (1,2) o Espírito de Deus soprava forte sobre as águas, ou seja, separava os elementos, ordenava-os, permitindo o nascimento da vida na terra. Rezamos no Credo: "Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida". Dar a vida é uma das atribuições do Espírito Santo. Na primeira criação, o Espírito como que fecundou a Natureza. Na segunda criação, inaugurada na Anunciação, o
Espírito Santo não só fecundou Maria que, como mulher, concebeu e deu início a uma vida, mas também tornou-se autor daquele que mais tarde declarou explicitamente: "Eu sou a vida" (Jo 11,25; 14,6).
Dar vida tornou-se sinônimo da missão de Jesus na terra. Por isso mesmo, toda a missão de Jesus está prenhe do Espírito Santo. Jesus foi preciso: "Eu vim para que todos tenham a vida em plenitude" (Jo 10,10). Esta plenitude da vida nos é dada pelo Espírito Santo, ligada ao mistério da Encarnação do Senhor, liga à própria vida do Filho de Deus na terra, obra e graça do Espírito Santo. Plenitude de vida aqui na terra e plenitude de vida na comunhão eterna com Deus. Aqui na terra, na vivência dos dons do Espírito Santo, que Maria recebeu em superabundância, particularmente a fé, a esperança e a caridade, que explodiram no seu "sim" ao plano de Deus e a mantiveram ao lado do Filho em todas as circunstâncias, inclusive ao pé da Cruz. Dos mesmos dons recebemos a coragem e a graça de acompanhar o Senhor Jesus e, na força do Espírito Santo, testemunhá-lo em nossa vida e em nossas ações e sermos pelo Senhor recebidos na morte e transportados à comunhão eterna com a Trindade.
Há um outro momento na história da salvação, fundamental também ele, no qual a Escritura acentua a presença de Maria, envolta no Espírito Santo. Refiro-me a Pentecostes. Na encíclica Redemptoris Mater - sobre o papel de Maria na história e na vida da Igreja - escreveu o Papa João Paulo II: "Na economia redentora da graça, atuada sob a ação do Espírito Santo, existe uma correspondência singular entre o momento da Encarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. A pessoa que une estes dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria no Cenáculo de Jerusalém. ... Assim, aquela que está presente no mistério de
Cristo como Mãe, torna-se - por vontade do Filho e por obra do Espírito Santo - presente no mistério da Igreja" (n. 24).
Quando a Igreja declara que o Espírito Santo é sua alma (Lumen Gentium, 7), está reconhecendo nele a vida que a sustenta, a dinamiza, a santifica e lhe é garantia de fidelidade. Maria é o ícone da Igreja. Cheia do Espírito Santo, por sua obra e graça, ela deu à luz o Filho de Deus. A Igreja, sempre por obra e graça do Espírito Santo, gera os filhos para Deus. Se Maria foi verdadeiramente Mãe do Jesus histórico, concebido em Nazaré, nascido em Belém, crucificado e morto em Jerusalém, ela é também a verdadeira Mãe da Igreja, corpo místico do Cristo ressuscitado, vivo e presente até os confins do mundo e até o fim dos tempos.
Transcrevo uma oração atribuída a Santo Ildefonso (+667): "Ó Virgem Imaculada, aquele que armou sua tenda em Ti, enriqueceu-Te com os sete dons de seu Santo Espírito, como sete pedras preciosas. Primeiro, ornou-Te com o dom da Sabedoria, em força do qual foste divinamente elevada ao Amor dos amores. Depois, deu-Te o dom do Intelecto, pelo qual subiste às culminâncias do esplendor hierárquico. O terceiro dom com que foste agraciada foi o do Conselho, que Te fez virgem prudente, atenta e perspicaz. O dom da Ciência que recebeste foi confirmado pelo próprio magistério de Teu Filho. O quinto dom, o da Fortaleza, o manifestaste na firme perseverança, na constância e no vigor contra as adversidades. O dom da Piedade fez-Te clemente, piedosa, compreensiva, porque tinhas infusa a caridade. Pelo sétimo dom, o Temor de Deus transpareceu na Tua vida simples e respeitosa diante da imensa majestade. Alcança-nos estes dons, ó Virgem três vezes bendita, Tu, que mereceste ser chamada o Sacrário do Espírito Santo. Amém.
Por Frei Clarêncio Neotti, O.F.M
Mãe mostra-nos se rosto de Luz
O amor exige presença. Quem ama gosta de estar perto da pessoa amada, gosta de olhar nos olhos e sentir-se envolto pela ternura. Na história da Igreja, os cristãos sempre buscaram formas de cultivar e enaltecer a relação de amor para com Nossa Senhora, seja através da música, da poesia, das litanias, ou da pintura.
Mesmo sem ter registros históricos, acredita-se que quem primeiro retratou a face de Nossa Senhora foi o Evangelista São Lucas, que teria pintado o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E em homenagem a ele que celebramos o dia do pintor no mesmo dia que a Igreja celebra a sua memória. São Lucas foi um dos primeiros missionários do mundo greco-romano.
Seu nome aparece nas cartas do Apóstolo Paulo, apresentado como seu companheiro nas lutas pela evangelização. Seu nome está gravado na memória dos cristãos, associado ao Evangelho que ele narrou e também ao livro dos Atos dos Apóstolos.
Seus escritos revelam, de maneira encantadora, o seu carinho para com a Mãe de Jesus e nossa mãe. Nenhum outro evangelista narrou com tanta ternura a anunciação do anjo, a visita de Maria a sua prima Isabel, e também a infância de Jesus.
Além dos escritos, Lucas, com a sua habilidade de pintor, retratou o rosto iluminado e iluminador de Nossa Senhora no belíssimo quadro que hoje é conhecido no mundo inteiro: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro! Quem olha para o quadro, sente-se acompanhado pelo olhar de Maria, sente-se iluminado pelo seu amor.
Com o mesmo desejo de colocar-se sob o olhar amoroso de Nossa Senhora, milhares de pessoas têm modelado imagens, realizado pinturas, verdadeiras obras de arte que estabelecem essa interligação afetiva, amorosa, de proximidade e aconchego.
Em cada representação percebe-se o carinho das pessoas que buscaram, através daquela pintura ou escultura, manifestar o seu carinho para com a Mãe. Fazendo uso da linguagem plástica, silenciosa e cheia de ternura, mãos habilidosas trazem para perto de nós o olhar carinhoso de nossa mãe celestial.
Como é bom saber que temos uma mãe carinhosa que sempre olha por nós, caminha conosco pelas estradas da vida, guarda-nos sob o seu manto de amor e conduz nossos passos ao encontro de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo!
Nossa Senhora é a mãe carinhosa que nos ama, mesmo quando nada fazemos para merecer o seu amor. Seguramente, é nessas horas que dela nós mais precisamos.
Cada vez que nos colocarmos diante de uma representação de Nossa Senhora, seja uma pequena imagem, uma pintura, ou um santinho de bolso, que nosso pensamento se eleve ao céu para contemplar aquela que nos trouxe o seu filho, o nosso salvador.
Que o nosso coração se aqueça com a sua ternura e que o amor seja acolhido em nossas vidas, para que possamos caminhar com mais segurança, fazendo com que, através de nossas palavras e ações, Cristo seja levado ao encontro das pessoas com quem convivemos, suscitando a mesma alegria que inundou o coração de Isabel, quando Maria levou Cristo ao seu encontro.
Pe. Vicente André, C.SS. R
Revista de Aparecida – Campanha dos devotos
Mesmo sem ter registros históricos, acredita-se que quem primeiro retratou a face de Nossa Senhora foi o Evangelista São Lucas, que teria pintado o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. E em homenagem a ele que celebramos o dia do pintor no mesmo dia que a Igreja celebra a sua memória. São Lucas foi um dos primeiros missionários do mundo greco-romano.
Seu nome aparece nas cartas do Apóstolo Paulo, apresentado como seu companheiro nas lutas pela evangelização. Seu nome está gravado na memória dos cristãos, associado ao Evangelho que ele narrou e também ao livro dos Atos dos Apóstolos.
Seus escritos revelam, de maneira encantadora, o seu carinho para com a Mãe de Jesus e nossa mãe. Nenhum outro evangelista narrou com tanta ternura a anunciação do anjo, a visita de Maria a sua prima Isabel, e também a infância de Jesus.
Além dos escritos, Lucas, com a sua habilidade de pintor, retratou o rosto iluminado e iluminador de Nossa Senhora no belíssimo quadro que hoje é conhecido no mundo inteiro: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro! Quem olha para o quadro, sente-se acompanhado pelo olhar de Maria, sente-se iluminado pelo seu amor.
Com o mesmo desejo de colocar-se sob o olhar amoroso de Nossa Senhora, milhares de pessoas têm modelado imagens, realizado pinturas, verdadeiras obras de arte que estabelecem essa interligação afetiva, amorosa, de proximidade e aconchego.
Em cada representação percebe-se o carinho das pessoas que buscaram, através daquela pintura ou escultura, manifestar o seu carinho para com a Mãe. Fazendo uso da linguagem plástica, silenciosa e cheia de ternura, mãos habilidosas trazem para perto de nós o olhar carinhoso de nossa mãe celestial.
Como é bom saber que temos uma mãe carinhosa que sempre olha por nós, caminha conosco pelas estradas da vida, guarda-nos sob o seu manto de amor e conduz nossos passos ao encontro de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo!
Nossa Senhora é a mãe carinhosa que nos ama, mesmo quando nada fazemos para merecer o seu amor. Seguramente, é nessas horas que dela nós mais precisamos.
Cada vez que nos colocarmos diante de uma representação de Nossa Senhora, seja uma pequena imagem, uma pintura, ou um santinho de bolso, que nosso pensamento se eleve ao céu para contemplar aquela que nos trouxe o seu filho, o nosso salvador.
Que o nosso coração se aqueça com a sua ternura e que o amor seja acolhido em nossas vidas, para que possamos caminhar com mais segurança, fazendo com que, através de nossas palavras e ações, Cristo seja levado ao encontro das pessoas com quem convivemos, suscitando a mesma alegria que inundou o coração de Isabel, quando Maria levou Cristo ao seu encontro.
Pe. Vicente André, C.SS. R
Revista de Aparecida – Campanha dos devotos
Maria elevada ao céu em corpo e alma.
O último, no sentido de mais recente, dos quatro dogmas marianos é o da assunção em corpo e alma ao céu de Maria, proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, festa de Todos os Santos. Esta verdade de fé só tem sentido considerada como conseqüência lógica da maternidade divina de Maria. Maria é uma criatura de Deus Criador, por isso mesmo teve um início e um final de vida na terra. No início, temos sua conceição imaculada, em previsão de sua maternidade divina. No final, temos sua assunção gloriosa, como coroamento de uma vida humana vivida sem pecado, "cheia de graça" (Lc 1,28), íntegra no corpo e na alma, inteiramente consagrada à missão para a qual Deus a escolhera.
Na curta fórmula usada pelo Papa Pio XII para proclamar o dogma da assunção de Maria, que vem dentro da constituição apostólica "Munificentissimus Deus", são explicitamente citados os outros dogmas marianos: a conceição imaculada, a maternidade divina e a virgindade perpétua. A solene fórmula é esta: "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial". No texto da constituição, o Papa acentua "a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor".
Não vamos aqui discutir exegeticamente o sentido dos termos usados pelo Papa para a declaração do dogma. Já foram escritas centenas e centenas de páginas sobre isso. Apenas digamos que as palavras do Papa evitam falar sobre a morte ou não morte corpórea de Maria; evitam falar sobre o que seja o corpo humano e qual sua condição ao ser elevado ao céu; evitam falar do relacionamento entre corpo e alma; evitam usar algum verbo que sugira que o céu seja algum lugar determinado, "nas alturas", por exemplo. Evidentemente os belíssimos quadros de Murillo e de outros pintores marianos, que fixaram em telas a assunção, sugerem ter sido Maria "levada pelos anjos" ao "mais alto" céu. O dogma não entrou nesse linguajar humano, muito compreensível, por sinal, porque sempre se imaginou Deus nas alturas e o diabo nos abismos.
O Papa Pio XII, na mesma constituição, faz, logo no início, uma longa referência ao nexo entre Maria assunta e Maria imaculada. Cito o belíssimo e fundamental texto, que espantou alguns grandes teólogos: "O privilégio da assunção brilhou com novo fulgor, quando o nosso predecessor Pio IX, de imortal memória, definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição. De fato, estes dois dogmas estão estreitamente conexos entre si. Cristo com a própria morte venceu a morte e o pecado, e todo aquele que pelo batismo de novo é gerado, sobrenaturalmente, pela graça, vence também o pecado e a morte. Deus, porém, por lei ordinária, só concederá aos justos o pleno efeito desta vitória sobre a morte, quando chegar o fim dos tempos. Por esse motivo, os corpos dos justos corrompem-se depois da morte, e só no último dia se juntarão com a própria alma gloriosa. Mas Deus quis excetuar desta lei geral a Bem-aventurada Virgem Maria. Por um privilégio inteiramente singular, ela venceu o pecado com a sua conceição imaculada; e por
esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro nem teve de esperar a redenção do corpo até o fim dos tempos. Quando se definiu solenemente que a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi imune desde a conceição de toda a mancha, logo os corações dos fiéis conceberam uma mais nova esperança de que em breve o Supremo Magistério da Igreja definiria também o dogma da Assunção corpórea da Virgem ao céu".
Se o dogma da Assunção é recente, a devoção a Nossa Senhora Assunta faz parte da piedade popular desde os primeiros séculos da Igreja. Nos primeiros séculos celebrava-se a "dormição" de Maria, cercada de muitas lendas, algumas até com evidentes heresias. Mas nenhuma dessas celebrações separava Maria de seu Filho glorioso. A celebração chamava-se também "Trânsito de Maria" e já então divergiam as opiniões sobre a morte ou não morte da Mãe de Jesus. Essas celebrações eram cercadas de muito carinho, sobretudo numa fértil e impressionante imaginação sobre os modos como Jesus teria vindo buscar sua Mãe e quem vinha em companhia dele para levar Maria aos céus.
Já no século V temos documentos da festa da Assunção no dia 15 de agosto e a festa vem enumerada junto com as festas da Natividade, da Apresentação, da Anunciação e da Purificação de Maria. E era por ocasião destas festas que os Santos Padres pronunciavam suas homilias marianas, fixando assim, através dos séculos, uma doutrina teológica que, seguramente, foi sustentada, alimentada e celebrada pela piedade popular. O Papa Pio XII, na Constituição Apostólica para a declaração do dogma, lembra que "nas homilias e orações para o povo na festa da Assunção da Mãe de Deus, os santos Padres e os grandes doutores falavam de uma festa já conhecida e aceita. Com a maior clareza a expuseram; apresentaram seus sentido e conteúdo com profundas razões, colocando especialmente em plena luz o que a festa tem em vista: não apenas que o corpo morto da Santa Virgem Maria não sofrera corrupção, mas ainda o triunfo que ela alcançou sobre a morte e a sua celeste glorificação, a exemplo de seu Unigênito Jesus Cristo".
Um desses Santos Padres, sempre citado e citado pelo próprio Papa Pio XII, é São João Damasceno (650-750). É dele este texto: "Convinha que aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda a corrupção. Convinha que aquela que trouxera no seio o Criador fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda a criatura como mãe e serva de Deus".
O Santo Padre cita vários outros grandes autores antigos e conclui: "Por conseguinte, desde toda a eternidade unida misteriosamente a Jesus Cristo, pelo mesmo desígnio de predestinação, a augusta Mãe de Deus, imaculada na concepção, virgem inteiramente intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor, que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas conseqüências, ela alcançou ser guardada imune da corrupção do sepulcro, como suprema coroa dos seus privilégios. Semelhantemente a seu Filho, uma vez vencida a morte, foi levada em corpo e alma à glória celeste, onde, rainha, refulge à direita do seu Filho, o imortal rei dos séculos".
São Francisco de Assis tinha especial devoção à Imaculada Conceição, tanto que mandou fazer um altar especial para ela. Mas a devoção predileta do primeiro teólogo da Ordem Franciscana, Santo Antônio (+1231), era Nossa Senhora Assunta, Nossa Senhora da Glória. Morreu cantando a antífona das Laudes da Virgem: "Ó gloriosa e excelsa Senhora, bem mais que o sol brilhais". Entre seus esquemas de sermões, há um inteiro dedicado à Assunção de Maria. Parte do texto do Eclesiástico: "Como um vaso de ouro maciço, ornado de toda espécie de pedras preciosas, como a oliveira carregada de frutos e como o cipreste que se eleva até as nuvens" (Eclo 50,10-11). Cito a passagem, onde fala de Maria como o trono do Altíssimo: "O lugar dos pés do Senhor foi Maria Santíssima, da qual recebeu a humanidade. Este lugar glorificou-o no dia de hoje, porque a exaltou acima dos coros dos anjos. Por isso se percebe claramente que a Virgem Santíssima foi assunta com aquele corpo que foi o lugar dos pés do Senhor. Donde a palavra do Salmo:
"Sobe, Senhor, para o lugar do teu repouso, tu e a arca da tua santificação" (Sl 132,8). O Senhor subiu, quando se assentou à direita do Pai. Subiu também a arca da sua santificação, quando no dia de hoje a Virgem Mãe chegou ao tálamo celestial". Santo Antônio termina o esquema, lembrando que, aquela que fora na terra o trono do Senhor, hoje é posta num trono de luz eterna.
Logo depois de proclamar o dogma da Assunção em corpo e alma ao céu, o Papa Pio XII rezou uma oração composta por ele. Destaco apenas dois tópicos, para encerrar a nossa reflexão: Ó Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe dos homens, cremos, com todo o fervor de nossa fé, em vossa assunção triunfal em corpo e alma ao céu, onde sois aclamada Rainha por todos os coros dos anjos e todas as legiões dos santos, e a eles nos unimos para louvar e bendizer o Senhor, que vos exaltou sobre todas as demais criaturas, e para vos oferecer as expansões da nossa devoção e do nosso amor. Cremos que, na glória, onde reinais, revestida do sol e coroada de estrelas, sois, depois de Jesus, a alegria e o júbilo de todos os anjos e de todos os santos. E nós, desta terra onde somos peregrinos, confortados pela fé numa futura ressurreição, volvemos nossos olhos para vós, nossa vida, nossa doçura e nossa esperança".
Por Frei Clarêncio Neotti, O.F.M
Na curta fórmula usada pelo Papa Pio XII para proclamar o dogma da assunção de Maria, que vem dentro da constituição apostólica "Munificentissimus Deus", são explicitamente citados os outros dogmas marianos: a conceição imaculada, a maternidade divina e a virgindade perpétua. A solene fórmula é esta: "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial". No texto da constituição, o Papa acentua "a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor".
Não vamos aqui discutir exegeticamente o sentido dos termos usados pelo Papa para a declaração do dogma. Já foram escritas centenas e centenas de páginas sobre isso. Apenas digamos que as palavras do Papa evitam falar sobre a morte ou não morte corpórea de Maria; evitam falar sobre o que seja o corpo humano e qual sua condição ao ser elevado ao céu; evitam falar do relacionamento entre corpo e alma; evitam usar algum verbo que sugira que o céu seja algum lugar determinado, "nas alturas", por exemplo. Evidentemente os belíssimos quadros de Murillo e de outros pintores marianos, que fixaram em telas a assunção, sugerem ter sido Maria "levada pelos anjos" ao "mais alto" céu. O dogma não entrou nesse linguajar humano, muito compreensível, por sinal, porque sempre se imaginou Deus nas alturas e o diabo nos abismos.
O Papa Pio XII, na mesma constituição, faz, logo no início, uma longa referência ao nexo entre Maria assunta e Maria imaculada. Cito o belíssimo e fundamental texto, que espantou alguns grandes teólogos: "O privilégio da assunção brilhou com novo fulgor, quando o nosso predecessor Pio IX, de imortal memória, definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição. De fato, estes dois dogmas estão estreitamente conexos entre si. Cristo com a própria morte venceu a morte e o pecado, e todo aquele que pelo batismo de novo é gerado, sobrenaturalmente, pela graça, vence também o pecado e a morte. Deus, porém, por lei ordinária, só concederá aos justos o pleno efeito desta vitória sobre a morte, quando chegar o fim dos tempos. Por esse motivo, os corpos dos justos corrompem-se depois da morte, e só no último dia se juntarão com a própria alma gloriosa. Mas Deus quis excetuar desta lei geral a Bem-aventurada Virgem Maria. Por um privilégio inteiramente singular, ela venceu o pecado com a sua conceição imaculada; e por
esse motivo não foi sujeita à lei de permanecer na corrupção do sepulcro nem teve de esperar a redenção do corpo até o fim dos tempos. Quando se definiu solenemente que a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi imune desde a conceição de toda a mancha, logo os corações dos fiéis conceberam uma mais nova esperança de que em breve o Supremo Magistério da Igreja definiria também o dogma da Assunção corpórea da Virgem ao céu".
Se o dogma da Assunção é recente, a devoção a Nossa Senhora Assunta faz parte da piedade popular desde os primeiros séculos da Igreja. Nos primeiros séculos celebrava-se a "dormição" de Maria, cercada de muitas lendas, algumas até com evidentes heresias. Mas nenhuma dessas celebrações separava Maria de seu Filho glorioso. A celebração chamava-se também "Trânsito de Maria" e já então divergiam as opiniões sobre a morte ou não morte da Mãe de Jesus. Essas celebrações eram cercadas de muito carinho, sobretudo numa fértil e impressionante imaginação sobre os modos como Jesus teria vindo buscar sua Mãe e quem vinha em companhia dele para levar Maria aos céus.
Já no século V temos documentos da festa da Assunção no dia 15 de agosto e a festa vem enumerada junto com as festas da Natividade, da Apresentação, da Anunciação e da Purificação de Maria. E era por ocasião destas festas que os Santos Padres pronunciavam suas homilias marianas, fixando assim, através dos séculos, uma doutrina teológica que, seguramente, foi sustentada, alimentada e celebrada pela piedade popular. O Papa Pio XII, na Constituição Apostólica para a declaração do dogma, lembra que "nas homilias e orações para o povo na festa da Assunção da Mãe de Deus, os santos Padres e os grandes doutores falavam de uma festa já conhecida e aceita. Com a maior clareza a expuseram; apresentaram seus sentido e conteúdo com profundas razões, colocando especialmente em plena luz o que a festa tem em vista: não apenas que o corpo morto da Santa Virgem Maria não sofrera corrupção, mas ainda o triunfo que ela alcançou sobre a morte e a sua celeste glorificação, a exemplo de seu Unigênito Jesus Cristo".
Um desses Santos Padres, sempre citado e citado pelo próprio Papa Pio XII, é São João Damasceno (650-750). É dele este texto: "Convinha que aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda a corrupção. Convinha que aquela que trouxera no seio o Criador fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda a criatura como mãe e serva de Deus".
O Santo Padre cita vários outros grandes autores antigos e conclui: "Por conseguinte, desde toda a eternidade unida misteriosamente a Jesus Cristo, pelo mesmo desígnio de predestinação, a augusta Mãe de Deus, imaculada na concepção, virgem inteiramente intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor, que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas conseqüências, ela alcançou ser guardada imune da corrupção do sepulcro, como suprema coroa dos seus privilégios. Semelhantemente a seu Filho, uma vez vencida a morte, foi levada em corpo e alma à glória celeste, onde, rainha, refulge à direita do seu Filho, o imortal rei dos séculos".
São Francisco de Assis tinha especial devoção à Imaculada Conceição, tanto que mandou fazer um altar especial para ela. Mas a devoção predileta do primeiro teólogo da Ordem Franciscana, Santo Antônio (+1231), era Nossa Senhora Assunta, Nossa Senhora da Glória. Morreu cantando a antífona das Laudes da Virgem: "Ó gloriosa e excelsa Senhora, bem mais que o sol brilhais". Entre seus esquemas de sermões, há um inteiro dedicado à Assunção de Maria. Parte do texto do Eclesiástico: "Como um vaso de ouro maciço, ornado de toda espécie de pedras preciosas, como a oliveira carregada de frutos e como o cipreste que se eleva até as nuvens" (Eclo 50,10-11). Cito a passagem, onde fala de Maria como o trono do Altíssimo: "O lugar dos pés do Senhor foi Maria Santíssima, da qual recebeu a humanidade. Este lugar glorificou-o no dia de hoje, porque a exaltou acima dos coros dos anjos. Por isso se percebe claramente que a Virgem Santíssima foi assunta com aquele corpo que foi o lugar dos pés do Senhor. Donde a palavra do Salmo:
"Sobe, Senhor, para o lugar do teu repouso, tu e a arca da tua santificação" (Sl 132,8). O Senhor subiu, quando se assentou à direita do Pai. Subiu também a arca da sua santificação, quando no dia de hoje a Virgem Mãe chegou ao tálamo celestial". Santo Antônio termina o esquema, lembrando que, aquela que fora na terra o trono do Senhor, hoje é posta num trono de luz eterna.
Logo depois de proclamar o dogma da Assunção em corpo e alma ao céu, o Papa Pio XII rezou uma oração composta por ele. Destaco apenas dois tópicos, para encerrar a nossa reflexão: Ó Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe dos homens, cremos, com todo o fervor de nossa fé, em vossa assunção triunfal em corpo e alma ao céu, onde sois aclamada Rainha por todos os coros dos anjos e todas as legiões dos santos, e a eles nos unimos para louvar e bendizer o Senhor, que vos exaltou sobre todas as demais criaturas, e para vos oferecer as expansões da nossa devoção e do nosso amor. Cremos que, na glória, onde reinais, revestida do sol e coroada de estrelas, sois, depois de Jesus, a alegria e o júbilo de todos os anjos e de todos os santos. E nós, desta terra onde somos peregrinos, confortados pela fé numa futura ressurreição, volvemos nossos olhos para vós, nossa vida, nossa doçura e nossa esperança".
Por Frei Clarêncio Neotti, O.F.M
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