quarta-feira, 31 de agosto de 2011


A Mariólogia¹ tem sua origem nas raízes do Cristianismo, o primeiro a mencionar aspectos mariológicos e pontos sob a figura de Maria no plano de Salvação em Cristo e a estudá-la foi Santo Ireneu de Lião (†202) Grande Pai Ocidental da Igreja em sua obra; “De Recapitulacionae” explica-nos; é o primeiro a declarar Maria como a nova Eva mãe do novo Adão; mais tarde muitos outros Pais da Igreja, demostraram em suas obras a devoção e piedade cristã que deste dos primeiros crentes tinha-se por Nossa Senhora, fato que herdou a Teologia Católica com o estudo Mariológico fazendo compreender “A missão de Maria na História da Salvação” (BOFF, Clodovis. 2009, p.11).

“As etapas da salvação da humanidade são percorridas no sentido inverso ao da queda, desligando-se progressivamente, os laços das últimas até as primeiras [...] É assim que o laço da desobediência de Eva, sem pecado, mas que peca, é desligado pela obediência de Maria, [...]”.
Mais tarde os padres da Igreja o apoiarão como, por exemplo, no século II, poderíamos citar tambémS. Justino, (†165); Santo Ireneu (†202) ao qual relacionamos acima: Tertuliano de Cartago, (†220)S. Atanásio, (295-373) Santo Efrém (†373), Escreveu belos hinos de louvor a Maria São Cirilo de Jerusalém (†386); São Cirilo de Alexandria (†444) Doutor Mariano;
Dentre os decorreres dos séculos a figura Mariana entre os Padres da Igreja ficará cada vez mais forte;
Orígenes: afirma; (184-254)
“Maria tem dois filhos, um, homen-Deus e o outro puro homem; de um Maria é Mãe corporal, do outro, Mãe espiritual” (Speculum B.M.V., lect. III art. 1,2º )
Santo Agostinho (354-430) diz;
“A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir a nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir a ele.” (Santo Agostinho Sermo 113 in Nativit. Domini).
São Leão Magno [Grande]:(400-461) diz;
“Digo com os Santos: Maria Santíssima é o paraíso terrestre” (S. Leão Grande; Sem. de Annuntiatione)
São Germano de Constantinopla - (610-733) Diz;
“Pois ninguém fica cheio do pensamento de Deus se não for por ela” (S. Germano de Constantinopla : Sermo 2 in Dormit.)
São Ildefonso de Sevilha (†636) diz;
“Eis por que, quanto mais, em uma alma, ele encontra Maria, sua querida e inseparável esposa, mais operante e poderoso se torna para produzir Jesus Cristo nessa Alma, e essa alma em Jesus Cristo.” (S. Ildefonso, Líber de Corona Virginis, cap. III).
S. João Damasceno (675-749) este que em suas inúmeras obras falou e ensinou muito a respeito de Nossa Senhora diz;
“Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça.” ( Sermo 2 in Dormitione B. M.).
“Prendemos, as almas à vossa esperança, como a uma âncora firme”: (S. João Damasceno; Sermo 1 in Dormitione B. M.V.)
“Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá, aqueles que quer salvar.” ( São João Damasceno).
“Os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça” (S. João Damasceno, Oratio I de Nativitati B. V.).
S. Gregório Palamás Padre oriental do séc. VIII, em uma de suas Homilia sobre a Mãe de Deus diz;
“Se por um lado, Maria concede a Deus entre os homens, por outro, o Senhor encarna numa virgem Imaculada que está acima de toda a pureza e de toda a santidade”.
A Santa Tradição Apostólica confirmada pelos Pais da Igreja reconhece em Maria, a nova Eva:
Eva foi causa de morte para si e Adão, e para todo homem ao olhar para traz e ouvir o tentador, introduzindo na humanidade o pecado pela desobediência e pelo orgulho as próximas gerações, a segunda Eva Maria, torna-se causa de salvação para si e para humanidade por causa do seu sim (obediência) a Deus, introduzindo a Redenção e a vida, ao homem, por que na sua humildade traz ao mundo a Graça que só ela tinha achado, volto-se e fincou os olhos em Deus. (Santo Ireneu de Lião. Séc. II).
Notas: 
Mariologia¹: Matéria teológica pertencente à Teologia Dogmática, estudo dedicado ao estudo da pessoa, lugar e importância de Maria, em âmbitos teológicos como a encarnação do verbo e seu plano soteriológico e junto a Redenção operada por Cristo (Cristológico). Além do papel e devoção apresentada a Mãe de Jesus na Igreja desde seu inicio.
Referencias:
[1] BOFF, Clodovis. Introdução à mariologia. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009
[2] São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 19ª Edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1992.


Por: Vasco Arruda | Comentários: Comente
Digitalizar0001Conscientes das orientações do Concílio, os cristãos assumem o estudo da mariologia com solicitude, seriedade, método, perseverança e ternura, esclarecendo e aprofundando seu conhecimento, sua reflexão e sua cultura. De maneira didática, o estudo, que se baseia nas Sagradas escrituras e considera o contexto atual, abrange a tradição e vida da Igreja, a história da mariologia, a compreensão dos dogmas marianos, a reflexão teológica e cultural, o diálogo ecumênico e inter-religioso, o culto e piedade do povo, a aproximação com as ciências humanas e a missão dos cristãos na Igreja e na sociedade.
Pe. Eugênio Bisinoto
[Bisinoto, Eugênio Antônio. Para conhecer e amar Nossa Senhora: formação Mariana. 2ª. ed. – Aparecida, SP: Editora Santuário, 2005, p. 27]. 
Nossa Senhora é, seguramente, uma das figuras mais reverenciadas na religiosidade brasileira. Um bom argumento a favor do que aqui se afirma é a informação fornecida pelo Pe. Eugênio Bisinoto no livro de sua autoria “Para conhecer e amar Nossa Senhora”. No capítulo VIII, intitulado “Maria na vida e na tradição da Igreja”, o autor informa: “O povo brasileiro é muito devoto de Nossa Senhora. Entre as 189 catedrais do Brasil, 104 são dedicadas a Maria. Das 8.069 paróquias do território brasileiro, 3.216 são dedicadas a ela, com os mais diversos e curiosos títulos. Temos 189 cidades brasileiras com o nome da Mãe de Deus” (p. 173).
Para quem quer se iniciar no estudo da mariologia, o livro do Pe. Eugênio Bisinoto é uma excelente sugestão. Ao longo de suas 280 páginas o autor aborda os diversos aspectos da mariologia, sempre fundamentado em documentos da Igreja, santos e autores que trataram do assunto, o que faz da obra um ótimo compêndio de mariologia. O livro é dividido em 18 capítulos, abordando os seguintes temas: I. Estudo mariano; II. Dogmas marianos; III. Maternidade de Maria; IV. Virgindade de Maria; V. Figura bela e virtuosa de Maria; VI. Refúgio de Maria; VII. Maria como rainha; VIII. Maria na vida e na tradição da Igreja; IX. A Virgem Maria nas considerações dos santos; X. O culto da Virgem Maria; XI. As imagens mariana; XII. Orações à Virgem Maria; XIII. A oração do rosário; XIV. Ladainha de Nossa Senhora; XV. A oração do Anjo do Senhor; XVI. Alegrias e dores de Nossa Senhora; XVII. Títulos marianos; XVIII. Devoção a Nossa Senhora.
Além das informações disseminadas nos respectivos capítulos, o livro traz, ainda, uma alentada bibliografia incluindo 261 títulos que tratam direta ou indiretamente de Nossa Senhora. Para quem deseja iniciar sua biblioteca de mariologia, essa bibliografia constitui uma fonte valiosa.  
No subtítulo “Os Bispos latino-americanos e a Mãe da Igreja”, escreve Pe. Eugênio: “Nossa Senhora é modelo da Igreja, pois sua vida foi entrega total a Deus. Acreditou com uma fé que é, ao mesmo tempo, dom e fidelidade. O canto do “Magnificat” mostra sua alma vazia de si mesma e cheia de confiança no Pai do Céu. A virgindade de Maria revela sua doação, reunindo duas realidades importantes: ela é toda de Cristo e servidora dos homens. Em sua imaculada concepção e em sua assunção, é a realização perfeita do projeto de Deus sobre a humanidade. Nela Deus dignifica a mulher”, concluindo, a seguir: “A Igreja, em Nossa Senhora, já atingiu a perfeição” (p. 172)

sábado, 27 de agosto de 2011


A Doutrina Mariana




Para bem compreender Maria, a Igreja considera a maneira como Deus a vê. Ela é, de certa forma, “o Segredo do Rei”, no próprio coração da Trindade, sendo absolutamente a única, entre todas as criaturas, a ser, num só tempo, Filha do Pai, Mãe do Filho e “Esposa” do Espírito Santo. Por conseguinte, ela é a única a viver os três amores mais intensos e profundos (filiação / paternidade-maternidade / casamento) em plenitude com o próprio Deus.



Maria é a Nova Eva que partilhou a vida e a obra redentora do Novo Adão de forma ímpar (concepção virginal, a criança em seu seio durante nove meses; infância e vida oculta, durante trinta anos; comunhão permanente ao longo de sua vida pública; comunhão perfeita após a Ascensão). Ela passou – e só ela – mais tempo com Jesus do que todas as outras criaturas reunidas.



Mãe de Cristo, que é a Cabeça da Igreja, ela é, igualmente, Mãe do Seu Corpo, que é a Igreja, com inigualável vocação materna junto a todos os homens. Ao “Fiat” perfeito de Maria, iniciado com o “sim” da sua aceitação ao desígnio divino e vivenciado durante toda a sua vida, Deus correspondeu concedendo-lhe a glória excepcional que ultrapassa a de qualquer outra criatura: Rainha do Céu e da Terra, ela é, antes de tudo, Mãe de Deus e Mãe dos homens. Deus quer que nos unamos a Ele por meio dela, assim como Ele chegou até nós por seu intermédio. É muito difícil falar de Maria sem diminuir seu esplendor e sua grandeza. Eis o motivo pelo qual o Hino Acatista canta:



Alegra-te, Montanha, cuja grandeza ultrapassa o pensamento dos homens;

Alegra-te, Abismo de profundidade insondável, até mesmo para os Anjos;

Alegra-te, tu que conduzes os filósofos aos limites de sua sabedoria;

Alegra-te, tu que levas os sábios às fronteiras do raciocínio;

Alegra-te, tu, diante de quem os espíritos sutis tornam-se hesitantes;

Alegra-te, tu, diante de quem os literatos perdem suas palavras...

Quem é Maria ?
Criatura, como qualquer ser humano, Maria é, entretanto, Aquela que “todas as gerações chamarão de bem-aventurada” (Lc 1, 48)... De todas as criaturas, ela é Aquela que os Padres, apologistas e Doutores da Igreja nomeiam “a Obra-Prima de Deus” ou “O Segredo do Rei”... O seu “Sim” dado a Deus, mudou para sempre o curso da História da humanidade.



Para Deus Pai, ela é aquela, escolhida desde toda a eternidade, por meio da qual foi possível a realização plena da Aliança entre Ele, Deus, e sua criatura, e por meio dela o plano da salvação do mundo em Seu Verbo tornou-se exeqüível ...



Para o Verbo de Deus, ela é aquela que Lhe deu a Sua humanidade, aquela que envolveu toda a Sua vida terrestre, Aquela a quem Ele pôde chamar de Mamãe, Aquela, igualmente, que, poderosa e influente no coração de seu Filho, consegue d´Ele tudo o que deseja...



Para nós, Maria é a Mãe, Refúgio de ternura, de compaixão e misericórdia, que nos concebe para a vida divina; Maria é, também, nosso Modelo, pois ela é nossa irmã, conforme a condição humana; ela é a Estrela da manhã, na qual ganha vida toda a nossa Esperança...



Mãe de Deus por meio da Encarnação
“No sexto mês, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da Virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe:” Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: “Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim”.

Maria, porém, disse ao Anjo: “Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?”

O Anjo lhe respondeu: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso, o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Para Deus, com efeito, nada é impossível.”

Disse, então, Maria: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o Anjo a deixou.

(Lc 1, 26-38)



Maria “Theotokos”, quer dizer, Maria, “Mãe de Deus”

Eis o relato bíblico da encarnação do Filho de Deus feito homem, pela intervenção do Espírito Santo, no seio de uma jovem da Galiléia, a Virgem Maria, prometida em casamento a José, carpinteiro em Nazaré.

Assim, uma criatura entre as criaturas, Maria de Nazaré, “no momento da plenitude dos tempos” (Ga 4, 4), deu um corpo ao Verbo de Deus feito homem, Verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que se tornou carne da sua carne...


LA SANTIDADE DE MARIA
Abordamos, aqui, a luminosa doutrina muito próxima da vida de cada um de vocês.Esta é, igualmente, uma doutrina que requer precisão na arquitetura do pensamento.



A santidade de Maria vem do Espírito Santo e situa Maria na comunhão dos Santos (a Igreja); Maria é o modelo dos pobres do Senhor, dos que recebem tudo, inclusive a santidade, como graça de Deus.



A santidade de Maria é fruto da história da salvação, Maria é a filha de Sião, remanescente santo de Israel. Da mesma forma, Maria é a nova Eva junto ao Cristo, o novo Adão (cf. Rm 5) ; (Gn 3, 15).



Eis porque o Anjo Gabriel diz-lhe: "Alegra-te" (como à filha de Sião) e "Cheia de Graça" (pois Maria é única, ela é a Mãe de Jesus, existe, nela, algo de excepcional).



Baseado no que sugeria a Escritura, a doutrina da Imaculada Conceição conheceu lenta maturação, a partir da era patrística, até Duns Scot, que soube expressá-la como "a perfeição da Redenção".



Em 1854, sob o entusiasmo de grandes multidões católicas, Pio IX proclamou o dogma inscrito na bula Ineffabilis Deus.



Como o dogma da Imaculada Conceição é um dogma católico recente, torna-se necessário situá-lo, uma vez mais, no diálogo ecumênico.



Assim como o Concílio Vaticano II, os Papas subsequentes, os santos e os teólogos, além de todo o povo de Deus, continuam a refletir sobre este fato extraordinário, a considerar e a viver esta verdade.



Meditação sobre a Imaculada Conceição nos últimos séculos; XIX, XX e XXI
Apresentamos aqui as consequências do Dogma da Imaculada Conceição, na história dos santuários, na reflexão dos teólogos, na vida dos santos e das pessoas comuns.

A perfeita santidade de Maria
O grande ataque que se faz com relação à Virgem Maria, por parte de alguns, é o que se refere à sua Imaculada Conceição. Quer dizer, o fato de Maria ter sido preservada do pecado original. Aqueles que verberam sobre esta realidade, imaginam que estão criando obstáculos apenas para os Católicos. Eles não percebem, em sua grande maioria, que os Ortodoxos acreditam igualmente neste dogma, diga-se de passagem, sob uma denominação um pouco diversa: eles dizem que Maria é a “Toda Pura”. Portanto, mesmo para os que professam a fé Protestante, a Imaculada Conceição é algo que está conforme com a Sagrada Escritura.

Antes do pecado original Eva também nascera sem pecado

É evidente que não foi Maria, por si só, que se desobrigou, que se isentou do pecado original, mas esta isenção foi um dom de Deus. “O Todo-poderoso fez por mim maravilhas”, diz Maria no cântico do Magnificat (Lc 1, 49). Como poderia Deus fazer em Maria o que ele havia feito por Eva? Pois, antes do pecado original, Eva fora criada sem o pecado original! Será que nós devemos dizer a Deus o que Ele deve, ou não, fazer?



Este dom excepcional de Deus, em favor da Virgem Maria, está expresso na Bíblia, repetidas vezes. Inicialmente, quando o Anjo Gabriel, dirigindo-se a ela, lhe diz: “Alegra-te” ou “Eu te saúdo”,(“Ave, Maria”), pois, em grego, a saudação é dita por meio da expressão Kairé = alegra-te. Em seguida, o Anjo Gabriel diz: “Kékaritoméné” o que quer dizer: “cheia de graça”. Que significado teriam estas palavras? Não se conhece em toda a Bíblia, outra ocasião em que um Anjo de Deus tenha saudado um homem ou uma mulher, desta forma. Então, será que deveremos compreender que o Anjo disse a Maria que somente ela teve “muita sorte?” É claro que não.

A graça excepcional dada por Deus, a Maria, é a capacidade de dizer um “sim” perfeitamente livre

As palavras do Anjo têm uma significação real plena. Deus diz e Deus faz. A graça excepcional dada por Deus a Maria é a capacidade que lhe foi dada de dizer “Sim”, em plena liberdade, a uma solicitação de Deus, para que se tornasse a mãe do Salvador. Por escolha própria, Maria jamais poderia ter nascido isenta do pecado original. Mas, para Deus, nada é impossível. Maria é cheia, cumulada de graça; a imaculada concepção é um dom de Deus, absolutamente gratuito. Os católicos crêem neste ponto fundamental de sua doutrina.

Maria é Toda Pura, desde a sua concepção, porque este é um dom de Deus

Naturalmente, nenhum Católico ou Ortodoxo acredita nisto: ambos acreditam, simplesmente, que Maria é Toda Pura, Imaculada, desde a sua concepção, porque este é um dom de Deus que lhe foi dado. E se, porventura, alguém acredita que isto não seja possível, estará diminuindo o dom de Deus. O evangelista Lucas, inspirado pelo Espírito Santo, nos referiu as palavras do Anjo “Kekariloméné”, “cheia de graça”. E, nós ainda lemos isto no canto de Maria diante da prima Isabel no Magnificat:

"O Todo-poderoso fez em mim maravilhas e doravante todas as gerações me chamarão de bem-aventurada”

Para confundir as pessoas simples, tal ou tal autor, não-católico, acredita poder colher argumentos a favor de suas idéias, pelo fato de que, Santo Agostinho, no século V, e São Tomás de Aquino, no século XIII, pensassem que a Virgem Maria não poderia ter sido isenta do pecado original, antes do nascimento de Cristo. É verdade que esta era uma questão difícil. Deus permitiu que até mesmo os mais sábios doutores da Igreja, não tivessem tido um pensamento perfeito sobre tudo.



Entretanto, o Espírito Santo que assessora a Igreja, desde Pentecostes, e a conduz à verdade completa (cf João) inspirou-A na interpretação das Escrituras e da Revelação de Deus: enquanto a Igreja não se pronunciava, era possível aos “Doutores” e “Pastores” proporem opiniões diversas. Mas, uma vez que a Igreja se tenha pronunciado, sob a intervenção do Espírito Santo, já não é mais possível a interpretação das Escrituras de forma diversa.



(Trecho de um colóquio sobre Maria e os Protestantes)


A Virgindade de Maria
Nos dias de hoje, a virgindade já não está na moda; ela é menosprezada em nossas sociedades e há, inclusive, quem conteste a virgindade da Virgem Maria.



Antes de Maria, apesar de a esterilidade da mulher ser considerada como vergonhosa pelos Judeus, muitos elementos prenunciavam a virgindade cristã: por exemplo, a grande importância atribuída à donzelice da noiva. Ela aparece, também, no contexto das Promessas da Aliança. Contudo, em Maria, a virgindade ganha a sua verdadeira dimensão. Maria é a única mulher do Novo Testamento à qual é dado o título de virgem (Lc 1, 27; Mt 1, 23).



Seria conveniente examinar sucessivamente dois fatos corolários, mas que podem aparecer como independentes: a concepção virginal (Lc 1, 35) e a virgindade perpétua de Maria (Lc 1, 34).

Como fundamento de todo o cristianismo...

A este respeito, deve-se distinguir a Imaculada Conceição da concepção virginal. A primeira se refere ao fato de que Maria tenha sido concebida sem pecado e a segunda consiste no fato de que Maria concebeu Jesus por meio do Espírito Santo, conservando a sua virgindade. No plano filosófico, um ateu ou agnóstico pode, logicamente, afirmar que não existe a mínima possibilidade de uma concepção virginal. Mas, para aqueles que acreditam na existência de Deus, este fato é real. Efetivamente, se admitimos a existência objetiva de um Deus criador, baseados em que princípios teríamos o direito de Lhe recusar a possibilidade de fazer com que uma virgem desse à luz um filho?



Se por outro lado, a história da concepção virginal representasse apenas um mito ou lenda, não deveríamos dizer o mesmo da Encarnação e da redenção do mundo pela Paixão e morte de Cristo, e dizer o mesmo da Ressurreição e da Parusia? Ficamos admirados quando aqueles que na época pós-bíblica negavam a concepção virginal negavam, igualmente, a divindade de Jesus. Assim ocorre com todo o cristianismo que é minado na sua base.

A propósito dos "irmãos de Jesus":

Desde os primeiros séculos, a tradição da Igreja afirma a concepção virginal, como atesta Santo Inácio de Antióquia. Quanto à virgindade perpétua de Maria, esta se confronta com os episódios do Evangelho que falam dos "irmãos de Jesus". Se em grego existem duas palavras que designam irmão (adelphos) e primo (anepsios), isto não acontece em aramaico ou em hebreu. Nestes últimos, as palavras irmão e irmã designam um parentesco próximo. Existe, além disso, um episódio do Evangelho de João que é um indício bastante forte de que Jesus era o único filho de Maria (Jo 19, 25-27). Maria e o apóstolo João estão sós, aos pés da Cruz de Jesus que, então, confia sua mãe a este apóstolo. Se Maria tivesse tido outros filhos, não seria, naturalmente, a eles que Jesus teria confiado a Sua Mãe? Existem muitas outras coisas a serem ditas sobre a virgindade de Maria para provar a sua beleza e realidade.



A cooperação de Maria na Redenção
O homem é convidado, não somente a aderir aos frutos da Redenção por si próprio, entrando na aliança com Jesus Cristo por meio do Batismo, mas Deus, em seu Amor incomensurável, quis que o homem pudesse participar da Redenção universal.

Neste sentido, São Paulo pode afirmar: “Nós somos os cooperadores de Deus” (1 Cor 1, 9).



Maria, criatura humana, assim como cada um de nós, é beneficiária dos frutos da Redenção, assim como todos os resgatados.



A Virgem Maria é, além de tudo, a primeira beneficiária entre os resgatados, pois, imaculada, desde a sua concepção e isto, por graça especial (em vista de tornar-se a Mãe do Verbo encarnado). Ela beneficiou-se, então, dos frutos da Redenção que a preservaram, excepcionalmente, do pecado original. Assim, como observa a Constituição (§ 62), a cooperação de Maria, na qualidade de “resgatada”, mantém-se uma cooperação “conforme a uma atribuição, a um desempenho subordinado”.



Maria é, a título excepcional, “a esposa, a companheira que completa e finaliza a obra do esposo”.



Maria, mais do que qualquer outra pessoa, não apenas “completa em sua carne, o que falta aos tormentos de Jesus Cristo”, em favor de Seu Corpo, que é a Igreja” (cf. Cl 1, 24), como refere São Paulo sobre todos nós, mas, sobretudo, Ela o faz, a um título absolutamente excepcional. Eis o que diz a este respeito o Padre Marie Dominique Philippe, o.p., em seu livro L´Etoile du Matin” (Estrela da Manha) (Ed. Fayard, p. 167):



“Em relação ao mistério do Cordeiro, podemos ver como Maria, por meio da fé, da esperança e do amor, pode contribuir, trazendo em holocausto, algo que Jesus não pode oferecer. Daí, Ela é realmente a esposa, a companheira que completa, igualmente, o mistério do sacerdócio de Jesus. Ao oferecer Jesus ao Pai, Maria complementa o oferecimento que Jesus faz de si mesmo. Este é o sacerdócio real dos fiéis que, por meio de Maria, completa o sacerdócio de Cristo, uma vez que o sacerdócio ministerial não o pode completar, o padre agindo “in persona Christi” ─ “na pessoa de Cristo”.



Além disso, Maria é a única pessoa de toda a Criação que pode, verdadeiramente, ser nomeada “Mãe de Deus” e “Mãe do Redentor”, o que lhe confere um papel absolutamente excepcional na participação da Redenção do mundo, obtida por seu Filho, o Único Salvador...


O culto da Santíssima Virgem na Igreja
Os cristãos rezam a Maria, desde o alvorecer da Igreja. Inicialmente, porque, como ensina a Bíblia (e em particular, o Evangelho segundo São Lucas), a virgem de Nazaré é a Mãe de Cristo Jesus, Filho de Deus, que se encarnou em seu seio virginal para a Salvação da humanidade; a seguir, porque Maria é, igualmente a Mãe de todos nós, desde que o próprio Jesus, do alto de sua Cruz, lhe confiou o apóstolo João e, por meio deste, todos os seres humanos que se reconhecem como sendo filhos de Deus, fazendo, então, de sua Mãe, a nossa Mãe universal (cf Jo 19, 26).

Maria, Mãe universal e ternamente amada

Hoje, ainda, em todas as latitudes do globo terrestre e em todas as culturas e idiomas, homens e mulheres de todas as condições, rezam para a Virgem de Nazaré assim como cada filho se volta para a sua terna e muito amada mãe.



Basta que descubramos o lugar reservado à Virgem Maria na liturgia, tanto católica quanto ortodoxa, nas orações marianas, tais os grandes hinos da mais antiga tradição da Igreja (entre eles, o famoso hino Acatista do IV século), e ainda, na mais conhecida das orações marianas de nosso tempo, o terço e seu desenvolvimento, o Rosário, ou mesmo no célebre Magnificat, comentado pelo próprio Martin Lutero, para a glória da Virgem. E mais, nas inumeráveis progressões em todos os domínios da arte consagrada à Virgem (de onde destacamos os célebres ícones bizantinos, conhecidos em todo o mundo), para que se possa medir a amplidão do culto a ela dedicado em toda a cristandade.

Maria é venerada; somente Deus é adorado

Entretanto, o culto prestado à Virgem Maria pelos cristãos não tem a mesma natureza que o culto prestado a Deus: Maria não é uma divindade que se adora; a adoração é devida somente a Deus. Maria é uma criatura a quem nós veneramos. Não obstante, o culto prestado à Virgem Maria é superior àquele prestado a todos os outros santos, pois Maria de Nazaré é a única, entre todas as criaturas feitas por Deus, que porta os títulos gloriosos, tais: “Mãe de Deus”, Mãe do Redentor”, “Mãe da Igreja”, “Rainha do Céu e da Terra”...



E como ressaltam os Santos e os Doutores da Igreja: Maria não guarda para si os filhos que lhe foram confiados: ela não cessa de os conduzir a seu Filho a ponto que nós poderíamos resumir a finalidade do culto a Maria na Igreja da forma seguinte:

“Tudo a Jesus, por Maria”

Fonte -José Carlos Lambert

Meditação das Sete Dores de Nossa Senhora




Assim nos diz Maria Santíssima:

Meditai muitas vezes nas minhas sete dores para consolar meu Coração e crescereis muito na virtude.

Ó almas que sofreis, vinde para perto de meu Coração e aprendei comigo.

É junto de meu Coração transpassado de dor que achareis consolação!

Mães aflitas, esposas amarguradas, jovens desorientados, meditando nos meus sofrimentos tereis força para atravessardes todas as dificuldades.

Que minhas dores vos comovam o coração, impulsionando-vos para a prática do bem.

Primeira Dor:
Apresentação de meu Filho no templo.

Nesta primeira dor veremos como meu coração foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que meu Filho seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros.

A virtude que aprendereis nesta dor é a da santa obediência.

Sede obedientes aos vossos superiores, porque são eles instrumentos de Deus.

Quando soube que uma espada Me atravessaria a alma, desde aquele instante experimentei sempre uma grande dor.

Olhei para o Céu e disse: 'Em vós confio'.

Quem confia em Deus jamais será confundido.

Nas vossas penas, nas vossas angustias, confiai em Deus e jamais vos arrependereis dessa confiança.

Quando a obediência vos trouxer qualquer sacrifício, confiando em Deus, a Ele entregai vossas dores e apreensões, sofrendo de bom grado por amor.

Obedeçam não por motivos humanos, mas pelo amor Daquele que por vosso amor se fez obediente até a morte de Cruz.

Segunda Dor:
A fuga para o Egito.

Amados filhos, quando fugimos para o Egito, foi grande dor saber que desejavam matar meu querido filho, aquele que trazia a salvação!

Não me afligi pelas dificuldades em terras longínquas; mas por ver meu filho inocente, perseguido por ser o Redentor.

Almas queridas, quanto sofri neste exílio!

Porém tudo suportei com amor e santa alegria por Deus me fazer cooperadora da salvação das almas.

Se fui obrigada a este exílio, foi para guardar meu filho, sofrendo provações por aquele que um dia ia ser a chave da mansão da paz.

Um dia estas penas serão convertidas em sorrisos e em força para as almas, porque Ele abrirá as portas do Céu!

Amados meus, nas maiores provações pode haver alegria quando se sofre para agradar a Deus e por seu amor.

Em terras estranhas, Eu Me rejubilava por poder sofrer com Jesus, meu adorável filho!

Na santa amizade de Jesus e sofrendo tudo por seu amor, não se chama sofrer senão santificar-se!

No meio da dor sofrem os infelizes, que vivem longe de Deus, os que estão na sua inimizade.

Pobres infelizes, entregam-se ao desespero, porque não têm o conforto da amizade divina, que dá à alma tanta paz e tanta confiança.

Almas que aceitais vossos sofrimentos por amor a Deus, exultai de alegria porque grande é vosso merecimento, se assemelhando a Jesus Crucificado, que tanto sofreu por amor a vossas almas!

Alegrai-vos todos os que, como Eu, sois chamados para longe da vossa pátria defender o vosso Jesus.

Grande será a vossa recompensa, pelo vosso SIM à vontade de Deus.

Almas queridas, avante! Aprendei Comigo, a não medir sacrifícios, quando se trata da glória e dos interesses de Jesus, que também não mediu sacrifícios para vos abrir as portas da mansão da Paz.

Terceira Dor:
Perda do Menino Jesus.

Amados filhos, procurai compreender esta minha imensa dor, quando perdi meu adorável Filho por três dias.

Sabia que meu Filho era o Messias prometido, que contas daria então a Deus do tesouro que me tinha sido entregue?

Tanta dor e tanta agonia, e sem esperança de encontrá-lo!

Quando O achei no templo, no meio dos doutores, e lhe disse que me havia deixado três dias em aflição, eis o que Me respondeu:

'Eu vim ao mundo para cuidar dos interesses de meu Pai, que está no Céu'.

A esta resposta do meigo Jesus, emudeci e compreendi que sendo o Redentor do gênero humano assim devia proceder, fazendo sua Mãe, desde aquele instante, tomar parte na sua missão redentora, sofrendo pela Redenção do gênero humano!

Almas que sofreis, aprendei nesta minha dor a submeter-vos à vontade de Deus, que muitas vezes vos fere para proveito de um de vossos entes queridos.

Jesus me deixou por três dias em tanta angustia para proveito vosso.

Aprendei Comigo a sofrer e a preferir a vontade de Deus à vossa.

Mães que chorais, ao verdes os vossos filhos generosos ouvirem o chamamento divino, aprendei Comigo a sacrificar o vosso amor natural.

Se vossos filhos forem chamados para trabalhar na vinha do Senhor, não abafeis tão nobre aspiração, como é a vocação religiosa.

Mães e pais dedicados, ainda que vosso coração sangre de dor, deixai-os partir, deixai-os corresponder aos desígnios de Deus, que usa com eles de tanta predileção.

Pais que sofreis, ofertai a Deus a dor da separação, para que vossos filhos, que foram chamados, possam ser na realidade bons filhos Daquele que os chamou.

Lembrai-vos que vossos filhos a Deus pertencem e não a vós.

Deveis criá-los para servir e amar a Deus neste mundo, e um dia no Céu O louvarem por toda a eternidade.

Pobres aqueles que querem prender seus filhos, abafando-lhes a vocação!

Os pais que assim procedem podem levar seus filhos à perdição eterna e ainda terão que dar contas a Deus no ultimo dia.

Porém, protegendo suas vocações, encaminhando-os para tão nobre fim, que bela recompensa receberão estes pais afortunados!

Ainda que aqui chorem de saudades e a separação lhes custe muitas lágrimas, eles serão abençoados!

E vós, filhos prediletos que sois chamados por Deus, procedei como Jesus procedeu comigo: primeiramente obedecei à vontade de Deus, que vos chamou para habitar na sua casa, quando diz:

'Quem ama seu pai e sua mãe mais do que a mim não é digno de Mim'.

Vigiai se, por causa de um amor natural, deixais de corresponder ao chamado divino!

Almas eleitas que fostes chamadas e sacrificastes as afeições mais caras e a vossa própria vontade para servir a Deus! Grande é vossa recompensa.

Avante! sede generosas em tudo e louvai a Deus por terdes sido escolhidas para tão nobre fim.

Vós que chorais, pais, irmãos, regozijai-vos porque vossas lágrimas um dia converter-se-ão em pérolas, como as minhas se converteram em favor da humanidade.

Quarta Dor:
Doloroso encontro no caminho do Calvário.

Amados filhos, contemplai e vede se há dor semelhante a esta minha, quando me encontrei com meu divino Filho no caminho do Calvário, carregando uma pesada cruz e insultado como se fosse um criminoso.

'É preciso que o Filho de Deus seja esmagado para abrir as portas da mansão da paz!'

Lembrei-Me de suas palavras e aceitei a vontade do Altíssimo, que sempre foi a minha força em horas tão cruéis como esta.

Ao encontrá-lo, seus olhos me fitaram e me fizeram compreender a dor de sua alma. Não pôde Me dizer palavra, porém me fizeram compreender que era necessário que unisse a minha à Sua grande dor.

Amados meus, a união de nossa grande dor neste encontro tem sido a força de tantos mártires e de tantas mães aflitas!

Almas que temeis o sacrifício, aprendei aqui neste encontro a submeter-vos à vontade de Deus, como Eu e meu Filho nos submetemos!

Aprendei a calar-vos nos vossos sofrimentos.

No nosso silêncio, nesta dor imensa armazenamos para vós riquezas imensuráveis! As vossas almas hão de sentir a eficácia desta riqueza na hora em que, abatidos pela dor, recorrerdes a Mim, fazendo a meditação deste encontro dolorosíssimo.

O valor do nosso silêncio se converte em força para as almas aflitas, quando nas horas difíceis souberem recorrer à meditação desta dor!

Amados filhos, como é precioso o silêncio nas horas de sofrimentos!

Há almas que não sabem sofrer uma dor física, uma tortura de alma em silêncio; desejam logo contá-la para que todos o lastimem!

Meu Filho e Eu tudo suportamos em silêncio por amor a Deus!

Almas queridas, a dor humilha e é na santa humildade que Deus edifica!

Sem a humildade, trabalhareis em vão; vede pois como a dor é necessária para a vossa santificação.

Aprendei a sofrer em silêncio, como Eu e Jesus sofremos neste doloroso encontro no caminho do Calvário.

Quinta Dor:
Aos pés da Cruz.

Amados filhos, na meditação desta minha dor encontrareis consolo e força para vossas almas contra mil tentações e dificuldades e aprendereis a ser fortes em todos os combates de vossa vida.

Vede-me aos pés da Cruz, assistindo à morte de Jesus, com a alma e meu coração transpassados com as mais cruéis dores!

Não vos escandalizeis com o que fizeram os judeus!

Eles diziam: 'Se Ele é Deus, por que não desce da cruz e se livra a si próprio?!'

Pobres judeus, ignorantes uns, de má fé outros, não quiseram crer que Ele era o Messias.

Não podiam compreender que um Deus se humilhasse tanto e que a sua divina doutrina pregava a humildade.

Jesus precisava dar o exemplo, para que seus filhos tivessem a força de praticar uma virtude, que tanto custa aos filhos deste mundo, que têm nas veias a herança do orgulho.

Infelizes os que, à imitação dos que crucificaram a Jesus, ainda hoje não sabem se humilhar!

Depois de três horas de tormentosa agonia, meu adorável Filho morre, deixando-me a alma na mais negra escuridão!

Sem duvidar um só instante, aceitei a vontade de Deus, e no meu doloroso silêncio, entreguei ao Pai minha imensa dor, pedindo, como Jesus, perdão para os criminosos.

Entretanto, quem me confortou nesta hora angustiosa? Fazer a vontade de Deus foi o meu conforto; saber que o Céu foi aberto para todos os filhos foi meu consolo!

Porque Eu também no Calvário fui provada com o abandono de toda consolação!

Amados filhos, sofrer em união com os sofrimentos de Jesus encontra consolo; sofrer por ter feito o bem neste mundo, recebendo desprezos e humilhações encontra força.

Que glória para vossas almas, se um dia por amar a Deus com todo o vosso coração, fordes também perseguidos!

Aprendei a meditar muitas vezes nesta minha dor, que ela vos dará força para serdes humildes: virtude amada de Deus e dos homens de boa vontade.

Sexta Dor:
Uma lança atravessa o Coração de Jesus.

Amados filhos, com a alma imersa na mais profunda dor, vi Longuinho transpassar o coração de meu Filho, sem poder dizer palavra!

Derramei muitas lágrimas...

Só Deus pode compreender o martírio desta hora, na alma e no coração!

Depois depositaram Jesus nos meus braços, não cândido e belo como em Belém...

Morto e chagado, parecendo mais um leproso do que aquele adorável e encantador menino, que tantas vezes apertei ao meu coração!

Amados filhos, se Eu tanto sofri, não serei capaz de compreender vossos sofrimentos? Por que, então, não recorreis a Mim com mais confiança, esquecidos que tenho tanto valor diante do Altíssimo?

Porque muito sofri aos pés da cruz, muito me foi dado!

Se não tivesse sofrido tanto, não teria recebido os tesouros do Paraíso em minhas mãos.

A dor de ver transpassar o Coração de Jesus com a lança, conferiu-me o poder de introduzir, neste amável Coração, a todos aqueles que a Mim recorrerem.

Vinde a Mim, porque Eu posso vos colocar dentro do Coração Santíssimo de Jesus Crucificado, morada de amor e de eterna felicidade!

O sofrimento é sempre um bem para a alma.

Ó almas que sofreis, regozijai-vos Comigo que fui a segunda mártir do Calvário!

A minha alma e meu coração participaram dos suplícios do Salvador, conforme a vontade do Altíssimo, para reparar o pecado da primeira mulher!

Jesus foi o novo Adão e Eu a nova Eva, livrando assim a humanidade do cativeiro no qual se achava presa.

Para corresponderdes porém a tanto amor, sede muito confiantes em Mim, não vos afligindo nas contrariedades da vida; ao contrário, confiai-Me todos os vossos receios e dores, porque Eu sei dar em abundância os tesouros do Coração de Jesus!

Não vos esqueçais, Filhos meus, de meditar nesta minha imensa dor, quando estiver pesada a vossa Cruz.

Achareis força para sofrer por amor a Jesus que sofreu na Cruz a mais infame das mortes.

Sétima Dor:
Jesus é sepultado.

Amados filhos, quanta dor, quando tive que ver sepultado meu Filho.

A quanta humilhação meu Filho se sujeitou, deixando-se sepultar sendo Ele o mesmo Deus!

Por humildade, Jesus submeteu-se à própria sepultura, para depois, glorioso, ressuscitar dentre os mortos!

Bem sabia Jesus o quanto Eu ia sofrer vendo-o sepultado; não me poupando quis que Eu também fosse participante na sua infinita humilhação!

Almas que temeis ser humilhadas, vede como Deus amou a humilhação!

Tanto que deixou-se sepultar nos santos Sacrários, a esconder sua majestade e esplendor, até o fim do mundo!

Na verdade, o que se vê no Sacrário? Apenas uma Hóstia Branca e nada mais!

Ele esconde sua magnificência debaixo da massa branca das espécies de pão!

Em verdade vos digo, não O admirais tanto quanto Ele merece, por Jesus assim Se humilhar até o fim dos séculos!

A humildade não rebaixa o homem, pois Deus Se humilhou até à sepultura e não deixou de ser Deus.

Amados filhos, se quereis corresponder ao amor de Jesus, mostrai-lhe que O amais, aceitando as humilhações.

A aceitação da humilhação vos purifica de toda e qualquer imperfeição e, desprendendo-vos deste mundo, vos faz desejar o Paraíso.

Queridos filhos, apresentei-vos estas minhas sete Dores, não para queixar-me, mas somente para mostrar-vos as virtudes que deveis praticar, para um dia estar ao meu lado e ao lado de Jesus!

Recebereis a glória imortal, que é a recompensa das almas que, neste mundo, souberam morrer para si, vivendo só para Deus!

Vossa Mãe vos abençoa e vos convida a meditar muitas vezes nestas palavras ditadas porque muito vos amo
Fonte José Carlos Lambert.

Maria no Judaísmo, no Islã e nas outras religiões


Maria no Judaísmo, no Islã e nas outras religiões




Maria pode ser considerada, igualmente, como Filha do Sião pelos Judeus, como a mãe de Jesus-profeta pelos Muçulmanos e como sublime e admirável figura perante a qual vêm buscar abrigo os fiéis de diversas religiões e numerosos homens de boa vontade.



É o que desejo que você descubra abaixo.


Maria, no Islã


Maria é conhecida e respeitada – e às vezes, o povo recorre à sua intercessão por meio de preces – no Islã.



Maria é conhecida no Islã, inicialmente, porque é citada muitas vezes no Alcorão, principalmente na surata 19, como virgem e mãe – por intervenção divina – do profeta Jesus. Maria é venerada no Islã, essencialmente, por suas virtudes: sua pureza virginal, sua humildade, sua piedade a Deus que fazem dela um modelo para a fé dos crentes.

A religião muçulmana não reconhece Jesus como o Filho de Deus

Mas Maria não é considerada como a Mãe de Deus, pois a religião muçulmana não reconhece Jesus como sendo o Filho de Deus encarnado e o próprio Deus: para o Islamismo, Jesus é apenas um grande profeta, nascido por meio de um milagre do seio de uma virgem excepcional. Na realidade, o principal ponto de convergência entre o Islamismo e o Cristianismo é o reconhecimento de um Patriarca comum, Abraão, de quem os Muçulmanos, os Judeus e os Cristãos, herdaram sua fé monoteísta (em Um só Deus).

Mas os muçulmanos veneram Maria, Virgem e Mãe de Jesus

Entretanto, apesar das referências comuns entre os personagens da Bíblia resgatados no Alcorão, as origens da pessoa da Virgem Maria divergem entre o Islamismo e a Fé cristã. Muitas vezes temos a impressão, no Alcorão, de que Maria – a Mãe de Jesus – é confundida com a irmã (Myriam) de Moisés e de Aarão, que viveram, no século XIII antes de Cristo... Contudo, a grande maioria dos Muçulmanos venera Maria como a Virgem Imaculada e Mãe de Jesus e muitos rezam solicitando a sua intercessão (rezam a Maria).

Maria nas outras religiões


A figura maternal e compassiva de Maria, Mãe de Jesus, está tão próxima do coração humano – de cada coração humano, qualquer que seja a sua cultura, época, e até mesmo religião – que a Santa Virgem Maria é amada e sua intercessão é rogada além do mundo cristão! A Virgem pura é honrada em todo o mundo; reza-se à Mãe que é capaz de compreender o coração do homem e a necessidade que ele tem de amor, necessidade que se prolonga sob todos os céus e todos os horizontes.



Assim, por exemplo, no Budismo ou no Hinduísmo, religiões tão distantes da Revelação Cristã, Maria é tida como a Mãe cheia de amor, cuja ternura só pode ser igualada à de sua coragem em defender o Filho bem-amado. Por este motivo, muitos adeptos destas religiões não-cristãs, são atraídos pela Mãe de Jesus e chegam até a rezar-lhe, como se à própria mãe o fizessem

Fonte  José Carlos Lambert