sábado, 25 de agosto de 2012

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CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA
A VIRGEM MARIA
NA FORMAÇÃO INTELECTUAL
E ESPIRITUAL


Roma, 25 de Março de 1988
Aos Excmos. e Revmos. Ordinários Diocesanos
Aos Reitores dos Seminários Diocesanos
Aos Presbíteros das Faculdades Teológicas

INTRODUÇÃO
1. A Segunda Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em 1985 para « a celebração, a verificação e a promoção do Concílio Vaticano II », [1] afirmou a necessidade de « dedicar uma atenção especial às quatro Constituições maiores do Concílio » [2] e de realizar uma « programação que tenha como objectivo um novo, mais amplo e mais profundo conhecimento e aceitação do Concílio ». [3]
Por sua vez o Sumo Pontífice João Paulo II afirmou que o Ano Mariano deve « promover uma nova e aprofundada leitura do que o Concílio disse sobre a bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, no mistério de Cristo e da Igreja ».[4]
A Congregação para a Educação Católica é particularmente sensível a esta dupla indicação magisterial. Com a presente Carta circular dirigida às faculdades teológicas, aos seminários e aos outros centros de estudos eclesiásticos pretende apresentar algumas reflexões sobre a bem-aventurada Virgem e sobretudo sublinhar que o conhecimento, a investigação e a piedade em relação a Maria de Nazaré não podem circunscrever-se aos limites cronológicos do Ano Mariano, mas devem constituir uma tarefa permanente: permanentes, com efeito, são o valor exemplar e a missão da Virgem. Com efeito, a Mãe do Senhor é um « dado da Revelação divina » e constitui uma « presença materna » sempre operante na vida da Igreja.[5]
I
A VIRGEM MARIA:
UM DADO ESSENCIAL DA FÉ E DA VIDA DA IGREJA

A RIQUEZA DA DOUTRINA MARIOLÓGICA
2. A história do dogma e da teologia testemunham a fé e a atenção incessante da Igreja em relação à Virgem Maria e à sua missão na história da salvação. Tal atenção manifesta-se já em alguns escritos do novo testamento e em não poucas páginas dos autores da idade subapostólica. Os primeiros símbolos da fé e, sucessivamente, as fórmulas dogmáticas dos Concílios de Constantinopola (a. 381), de Éfeso (a. 431) e de Calcedónia (a. 451) testemunham o progressivo aprofundamento do mistério de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e paralelamente a progressiva descoberta do papel de Maria no mistério da Encarnação; uma descoberta que conduziu à definição dogmática da maternidade divina e virginal de Maria.
A atenção da Igreja em relação a Maria de Nazaré continuou em todos os séculos, com muitas declarações. Recordamos apenas as mais recentes, sem com isto querer minimizar o florescimento que a reflexão mariológica conheceu noutras épocas históricas.
3. Pelo seu valor doutrinal não podemos deixar de recordar a Bula dogmática Ineffabilis Deus (8 de Dezembro de 1854) de Pio IX, a Constituição Munificentissimus Deus (1 de Novembro de 1950) de Pio XII e a Constituição dogmática Lumen gentium (21 de Novembro de 1964), cujo capítulo VIII constitui a síntese mais ampla e autorizada da doutrina católica sobre a Mãe do Senhor até agora realizada por um concílio ecuménico. São também de recordar, pelo seu significado teológico e pastoral, outros documentos como a Professio fidei (30 de Junho de 1968) e as Exortações apostólicas Signum magnum (13 de Maio de 1967) e Marialis cultus (2 de Fevereiro de 1974) de Paulo VI, e bem assim a Encíclica Redemptoris Mater (25 de Março de 1987) de João Paulo II.
4. É, além disso, justo recordar a acção desenvolvida por alguns « movimentos » que, tendo suscitado em vários modos e sob pontos de vista diversos um grande interesse pela bem-aventurada Virgem, tiveram uma influência considerável na confecção da Constituição Lumen gentium: o movimento bíblico, que sublinhou a importância primária da Sagrada Escritura para uma apresentação do papel da Mãe do Senhor, conforme à Palavra revelada; o movimento patrístico, que colocando a mariologia em contacto com o pensamento dos Padres da Igreja, lhe permitiu aprofundar as suas raízes na Tradição; o movimento eclesiológico, que contribuiu largamente para a reconsideração e aprofundamento da relação entre Maria e a Igreja; o movimento missionário, que descobriu progressivamente a importância de Maria de Nazaré, a primeira evangelizada (cf. Lc. 1, 26-38) e a primeira evangelizadora (cf. Lc. 1, 39-45), como fonte de inspiração para o seu empenhamento na difusão da Boa Nova; o movimento litúrgico, que instituindo um fecundo e rigoroso confronto entre as várias liturgias, pode documentar como os ritos da Igreja atestem uma veneração cordial em relação à « gloriosa e sempre Virgem Maria, Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo »; [6] o movimento ecuménico, que pediu um esforço para compreender com exactidão a figura da Virgem no âmbito das fontes da Revelação e para determinar o fundamento teológico da piedade mariana.
O ENSINO MARIOLÓGICO DO VATICANO II
5. A importância do capítulo VIII da Lumen gentium consiste no valor da sua síntese doutrinal e na impostação do tratado da doutrina referente à bem-aventurada Virgem, enquadrada no âmbito do mistério de Cristo e da Igreja. Desde modo o Concílio:
—  vinculou-se à tradição patrística, que privilegia a história de salvação como contexto próprio de todos os tratados teológicos;
—  pôs em evidência que a Mãe do Senhor não é figura marginal no âmbito da fé e no panorama da teologia pois ela, mediante a sua íntima participação na história da salvação, « reúne em si em certa maneira e reflecte os dados máximos da fé »; [7]
—  compendiou numa visão unitária diferentes posições sobre o modo de tratar o tema mariológico.
a) Na perspectiva de Cristo:
6. Segundo a doutrina do Concílio a própria relação de Maria com Deus Pai é determinada na perspectiva de Cristo. Com efeito Deus, « quando veio a plenitude dos tempos, mandou o seu Filho nascido duma mulher ... para que recebêssemos a adopção de filhos » (Gal. 4, 4-5) [8]Maria, portanto, que por condição era a « Serva do Senhor » (cf. Lc. 1, 38.48), tendo acolhido « no caração e no corpo o Verbo de Deus » e levado « a Vida ao mundo », torna-se por graça « Mãe de Deus ».[9] Em vista desta singular missão, Deus Pai preservou-a do pecado original, encheu-a da abundância dos dons celestes e, nos seus sapientes desígnios, « quis ... que a aceitação da mãe predestinada precedesse a Encarnação ».[10]
7. O Concílio, ilustrando a participação da Virgem na história da salvação, expôs sobretudo as relações múltiplas que existem entre Maria e Cristo:
— como « fruto mais excelente da redenção, [11] tendo sido « redimida dum modo tão sublime em vista dos méritos de seu Filho »; [12] por isso os Padres da Igreja, a Liturgia e o Magistério não hesitaram em chamar a Virgem « filha do seu Filho » [13] na ordem da graça;
— de mãe que, acolhendo com fé o anúncio do Anjo, concebeu no seu seio virginal, pela acção do Espírito e sem intervenção de homem, o Filho de Deus segundo a natureza humana; deu à luz, alimentou-o, guardou-o e educou-o; [14]
—  de serva fiel, que « se consagrou totalmente a si mesma ... à pessoa e à obra do seu Filho, subordinada a Ele e com Ele »; [15]
— de associada ao Redentor: « com o conceber Cristo, gerá-Lo, nutri-Lo, apresentá-Lo ao Pai no templo, sofrer com o seu Filho morrendo na cruz, ela colaborou dum modo muito especial na obra do Salvador, com a obediência, a fé, a esperança e a caridade ardente »; [16]
— de discípula que, durante a pregação de Cristo, « recolheu as palavras, com as quais o Filho, exaltando o Reino acima das relações e dos vínculos da carne e do sangue, proclamou bem-aventurados os que ouvem e guardam a palavra de Deus (cf. Mc. 3, 35; Lc. 11, 27-28), como ela fielmente fazia (cf. Lc. 2, 19 e 51) ».[17]
8. Na perspectiva cristológica se devem ler também as relações entre o Espírito Santo e Maria; ela « como plasmada e constituída nova criatura » [18] pelo Espírito e tornada dum modo particular seu templo,[19] pela potência do mesmo Espírito (cf. Lc. 1,35), concebeu no seu seio virginal e deu ao mundo Jesus Cristo.[20] No episódio da Visitação, derramam-se, por meio dela, os dons do Messias Salvador: a efusão do Espírito sobre Isabel, a alegria do futuro Precursor (cf. Lc. 1, 41).
Cheia de fé na Promessa do Filho (cf. Lc. 24, 49), a Virgem constitui uma presença orante no meio da comunidade dos discípulos: perseverando com eles na concórdia e na súplica (cf. Act. 1, 14), implora « com as suas orações o dom do Espírito, que sobre ela tinha já descido na anunciação ».[21]
b) Na perspectiva da Igreja
Em vista de Cristo, e portanto também na perspectiva da Igreja, desde toda a eternidade Deus quis e predestinou a Virgem. Maria de Nazaré com efeito:
— é « reconhecida como membro supereminente e singularíssimo da Igreja », [22] por causa dos dons da graça de que é adornada e pelo lugar que ocupa no Corpo Místico;
—  é mãe da Igreja, pois que ela é « Mãe d'Aquele, que, desde o primeiro instante da encarnação no seu seio virginal, uniu a si como Cabeça o seu Corpo Místico que é a Igreja »; [23]
—  pela sua condição de virgem esposa mãe é figura da Igreja, a qual é também virgem pela integridade da fé, esposa pela sua união com Cristo, mãe pela geração de inumeráveis filhos; [24]
—  pelas suas virtudes é modelo da Igreja, que nela se inspira no exercício da fé, da esperança, da caridade [25] e na actividade apostólica; [26]
—  com a sua multíplice intercessão continua a obter para a Igreja os dons da salvação eterna. Na sua caridade materna cuida dos irmãos do seu Filho ainda peregrinos. Por isso a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogadaauxiliadorasocorromedianeira;[27]
—  assunta ao céu em corpo e alma, é a « imagem » escatológica e a « primícia » da Igreja, [28]que nela « contempla com alegria ... o que ela, toda deseja e espera ser » [29] e nela encontra um « sinal de segura esperança e de consolação ».[30]
DESENVOLVIMENTO MARIOLÓGICO DO POST-CONCÍLIO
10. Nos anos imediatamente a seguir ao Concílio o trabalho realizado pela Sé Apostólica, por muitas Conferências Episcopais e por insignes estudiosos, ilustrando o ensino do Concílio e respondendo aos problemas que pouco pouco iam aparecendo, deu nova actualidade e vigor à reflexão sobre a Mãe do Senhor.
Um contributo particular para este despertar mariológico foi dado pela Exortação apostólica «Marialis cultus» e pela Encíclica « Redemptoris Mater ».
Não é aqui o lugar para apresentar uma resenha particularizada dos vários sectores da reflexão post-conciliar sobre Maria. Parece útil todavia ilustrar alguns a título de exemplo e como estímulo para investigações ulteriores.
11. A exegese bíblica abriu novas fronteiras à mariologia, dedicando cada vez mais espaço à literatura intertestamentária. Não poucos textos do Antigo Testamento e, sobretudo, as páginas neo-testamentárias de Lucas e de Mateus sobre a infância de Jesus e as perícopas joaneias constituíram objecto dum estudo contínuo e aprofundado que, mediante os resultados conseguidos, reforçou a base escriturística da mariologia e enriqueceu-a consideravelmente do ponto de vista temático.
12. No campo da teologia dogmática, a mariologia contribuiu, no debate post-conciliar, para uma ilustração mais idónea dos dogmas: chamada em causa nas discussões sobre o pecado original (dogma da Imaculada Conceição), sobre a encarnação do Verbo (dogma da conceição virginal de Cristo, dogma da maternidade divina), sobre a graça e a liberdade (doutrina da cooperação de Maria na obra da salvação), sobre o destino último do homem (dogma da Assunção), ela teve que estudar criticamente as circunstâncias históricas nas quais aqueles dogmas foram definidos, a linguagem em que foram formulados, compreendê-los à luz das aquisições da exegese bíblica, dum conhecimento mais rigoroso da Tradição, das interpelações das ciências humanas e rejeitar enfim as contestações sem fundamento.
13. O interesse da mariologia pelos problemas conexos com o culto da bem-aventurada Virgem foi muito vivo: ele manifestou-se na investigação das suas raízes históricas,"[31] no estudo das motivações doutrinais e da atenção à sua inserção orgânica no « único culto cristão »,[32] na avaliação das suas expressões litúrgicas e das múltiplas manifestações da piedade popular, e bem assim no aprofundamento das suas relações mútuas.
14. Também no campo ecuménico a mariologia foi objecto de particular consideração. Relativamente às Igrejas do Oriente cristão, João Paulo II sublinhou « quanto a Igreja católica, a Igreja ortodoxa e as antigas Igrejas orientais se sintam profundamente unidas pelo amor e louvor à Theotokos »; [33] por seu lado Dimitrios I, Patriarca ecuménico, sublinhou como as « duas Igrejas irmãs mantiveram através dos séculos inextinguível a chama da devoção à venerabilíssima pessoa da Santíssima Mãe de Deus » [34] e fez votos de que « o tema da mariologia ocupe um lugar central no diálogo teológico entre as nossas Igrejas ... para o restabelecimento pleno da nossa unidade eclesial ».[35]
No que diz respeito às Igrejas da Reforma, a época post-conciliar é caracterizada pelo diálogo e pelo esforço duma compreensão recíproca. Isto permitiu a superação da desconfiança secular, um melhor conhecimento das respectivas posições doutrinais e a realização de iniciativas comuns de investigação. Assim, pelo menos em certos casos, se puderam compreender, por um lado, os perigos que se inserem no « obscuramento » da figura de Maria na vida eclesial e, por outro, a necessidade de ater-se aos dados da Revelação.[36]
Nestes anos, no âmbito do discurso interreligioso, o interesse da mariologia dirigiu-se para o Hebraísmo do qual provém a « Filha de Sido ». Além disso dirigiu-se para o Islamismo, no qual Maria é venerada como santa Mãe de Cristo.
15. A mariologia post-conciliar dedicou uma atenção renovada à antropologia. Os Sumos Pontífices apresentaram repetidamente Maria de Nazaré como a expressão suprema da liberdade humana na cooperação do homem com Deus, que « no evento sublime da encarnação do Filho, se confiou ao ministério, livre e activo de uma mulher ».[37]
Da convergência entre os dados da fé e os dados das ciências antropológicas, no momento em que estas dirigiram a sua atenção para Maria de Nazaré, compreendeu-se mais claramente que a Virgem é por um lado a mais alta realização histórica do Evangelho [38] e a mulher que, pelo domínio de si, pelo sentido de responsabilidade, a abertura aos outros e o espírito de serviço, pela fortaleza e pelo amor, se realizou mais completamente no plano humano.
Foi advertida, por exemplo, a necessidade:
—  de « aproximar » a figura da Virgem dos homens do nosso tempo, salientando a sua "imagem histórica" de humilde mulher hebrea;
—  de mostrar os valores humanos de Maria, permanentes e universais, de modo que o discurso sobre ela ilumine o discurso sobre o homem.
Neste âmbito o tema « Maria e a mulher » foi muitas vezes tratado; mas ele, susceptível de muitos modos de ser enquadrado, está longe de se poder dizer esgotado e aguarda ulteriores desenvolvimentos.
16. Na mariologia post-conciliar apareceram temas novos ou tratados sob um novo ângulo: a relação entre o Espírito Santo e Maria; o problema da inculturação da doutrina sobre a Virgem e das expressões da piedade mariana; o valor da via pulchritudinis para avançar no conhecimento de Maria e a capacidade da Virgem de suscitar as mais altas expressões no campo da literatura e da arte; a descoberta do significado de Maria em relação a algumas urgências pastorais do nosso tempo (a cultura da vida, a opção pelos pobres, o anúncio da Palavra...); a revalorização da « dimensão mariana da vida dos discípulos de Cristo ».[39]
A ENCÍCLICA « REDEMPTORIS MATER » DE JOÃO PAULO II
17. Na sequência da Lumen gentium e dos documentos magisteriais do post-Concílio coloca-se a Encíclica Redemptoris Mater de João Paulo II, a qual confirma a impostação cristológica e eclesiológica da mariologia, necessária para que ela revele toda a gama dos seus conteúdos.
Depois de ter aprofundado, através duma prolongada meditação sobre a exclamação de Isabel: « Bem-aventurada aquela que acreditou » (Lc. 1, 45), os múltiplos aspectos da « fé heróica » da Virgem, que ele considera « quase uma chave que nos manifesta a realidade íntima de Maria », [40]o Santo Padre ilustra a « presença materna » da Virgem no caminho da fé, segundo duas linhas de pensamento, uma teológica, a outra pastoral e espiritual:
— a Virgem, que esteve activamente presente na vida da Igreja no seu início (o mistério da Encarnação), na sua constituição (o mistério de Caná e da Cruz) e na sua manifestação (o mistério do Pentecostes) — é uma "presença operante" ao longo de toda a sua história, ou melhor, está no «centro da Igreja a caminho », [41] em relação à qual desenvolve uma função múltipla: de cooperação no nascimento dos fiéis para a vida da graça, de exemplaridade no seguimento de Cristo, de «mediação materna »; [42]
— o gesto mediante o qual Cristo confiou o Discípulo à Mãe e a Mãe ao Discípulo (cf. Jo. 19, 25-27) determinou uma relação estreitíssima entre Maria e a Igreja. Por vontade do Senhor, uma «nota mariana » assinala a fisionomia da Igreja, o seu caminho, a sua activitade pastoral; e na vida espiritual de todo o discípulo —  como sublinha o Santo Padre está inserida uma "dimensão mariana".[43]
No seu conjunto a Redemptoris Mater pode se considerada a Encíclica da "presença materna e operante" de Maria na vida da Igreja: [44] no seu caminho de fé, no culto que ela presta ao seu Senhor, na sua obra de evangelização, na sua progressiva configuração a Cristo, no empenhamento ecuménico.
O CONTRIBUTO DA MARIOLOGIA PARA A INVESTIGAÇÃO TEOLÓGICA
18. A história da teologia atesta que o conhecimento do mistério da Virgem contribui para um conhecimento mais profundo do mistério de Cristo, da Igreja e da vocação do homem.[45] Por outro lado, o vinculo estreito da bem-aventurada Virgem com Cristo, com a Igreja e com a humanidade faz com que a verdade acerca de Cristo, da Igreja e do homem ilumine a verdade concernente a Maria de Nazaré.
19. Em Maria com efeito « tudo é relativo a Cristo ».[46] Dai deriva que « só no mistério de Cristo se clarifique plenamente o seu mistério »,[47] e que, quanto mais a Igreja aprofunda o mistério de Cristo tanto mais compreenda a singular dignidade da Mãe do Senhor e o seu papel na história da salvação. Mas, em certa medida, é verdade também o contrário: com efeito a Igreja, através de Maria, « testemunha excepcional do mistério de Cristo »,[48] aprofundou o mistério da kenosis do « Filho de Deus » (Lc. 3, 38; cf. Fil. 2, 5-8) tornado em Maria « Filho de Adão » (Lc. 3, 38), conheceu com maior clareza as raízes históricas do « Filho de Davide » (cf. Lc. 1, 32) a sua inserção no povo Hebraico, a sua pertença ao grupo dos « pobres do Senhor ».
20. Além disso em Maria tudo – os privilégios, a missão, o destino – é também intrinsecamente relativo ao mistério da Igreja. Daí deriva que na medida em que se aprofunda o mistério da Igreja resplandece mais nitidamente o mistério de Maria. E, por sua vez, a Igreja, contemplando Maria, conhece as próprias origens, a sua natureza íntima, a sua missão de graça, o destino de glória, o caminho de fé que deve percorrer.[49]
21. Finalmente, em Maria, tudo é relativo ao homem, de todos os lugares e de todos os tempos. Ela é um valor universal e permanente. « Nossa verdadeira irmã » [50] e « unida na raça de Adão com todos os homens necessitados de salvação »,[51] Maria não ilude as expectativas do homem contemporâneo. Em virtude da sua condição de « perfeita sequaz de Cristo » [52] e de mulher que se realizou completamente como pessoa, ela é uma fonte perene de inspirações fecundas de vida.
Para os discípulos do Senhor a Virgem é o grande símbolo do homem que alcança as aspirações mais íntimas da sua inteligência, da sua vontade e do seu coração, abrindo-se por Cristo e no Espírito à transcendência de Deus numa filial dedicação de amor e consolidando-se na história mediante um serviço operante aos irmãos.
Para além disso « ao homem contemporâneo escrevia Paulo VI frequentemente atormentado entre a angústia e a esperança, prostrado pelo sentido dos seus limites e assaltado por aspirações sem fronteiras, perturbado no espírito e com o coração dividido, com a mente atormentada face ao enigma da morte, oprimido pela solidão enquanto tende par a comunhão, prisioneiro da náusea e do tédio, a bem-aventurada Virgem Maria, contemplada nas suas vicissitudes evangélicas e na realidade que já possui na cidade de Deus, oferece uma visão serena e uma palavra animadora: a vitória da esperança sobre a angústia, da comunhão sobre a solidão, da paz sobre a inquietação, da alegria e da beleza sobre o tédio e a náusea, das perspectivas eternas sobre as temporais, da vida sobre a morte ».[53]
22. « Entre todos os crentes Ela, Maria, é como um "espelho", no qual se espelham no modo mais profundo e mais límpido "as grandes obras de Deus" (Act. 2, 11) »,[54] que a teologia tem precisamente a tarefa de ilustrar. A dignidade e a importância da mariologia derivam portando da dignidade e da importância da cristologia, do valor da eclesiologia e da pneumatologia, do significado da antropologia sobrenatural e da escatologia: a mariologia está estreitamente conexa com estes tratados.
II
A VIRGEM MARIA
NA FORMAÇÃO INTELECTUAL E ESPIRITUAL

A INVESTIGAÇÃO MARIOLÓGICA
23. Dos dados expostos na primeira parte desta Carta resulta que a mariologia está viva e empenhada em questões importantes no campo da doutrina e da pastoral. Portanto é necessário que ela, juntamente com a atenção aos problemas pastorais que pouco a pouco vão surgindo, se preocupe antes de tudo com o rigor da investigação, conduzida com critérios científicos.
24. Também para a mariologia vale a palavra do Concílio: « A sagrada teologia apoia-se, como em seu fundamento perene, na Palavra de Deus escrita e na Tradição, e nela se consolida firmamente e sem cessar se rejuvenesce, investigando, à luz da fé, toda a verdade contida no mistério de Cristo ».[55] O estudo da sagrada Escritura deve ser portando como que a alma da mariologia.[56]
25. Além disso é imprescendível para a investigação mariológica o estudo da Tradição pois que, como ensina o Vaticano II, « a sagrada Tradição e a sagrada Escritura constituem um único sagrado depósito da Palavra de Deus confiado à Igreja ».[57] O estudo da Tradição revela-se além disso particularmente fecundo pela quantidade e qualidade do património mariano dos Padres da Igreja e das diversas liturgias.
26. A investigação da Escritura e da Tradição, realizada segundo as metodologias mais fecunda e os mais válidos instrumentos da crítica, deve ser guiada pelo Magistério, porque a ele é que foi confiada a guarda e interpretação autêntica do depósito da Palavra de Deus; [58] e deverá ser, na ocasião, confortada e integrada pelas aquisições mais seguras da antropologia e das ciências humanas.
O ENSINO DA MARIOLOGIA
27. Considerada a importância da figura da Virgem na história da salvação e na vida do povo de Deus, e depois das indicações do Vaticano II e dos Sumos Pontífices, seria impensável que hoje o ensino da mariologia ficasse esquecido: é necessário portanto conceder-lhe o devido lugar nos seminários e nas faculdades teológicas.
28. Tal ensino, constituindo um "tratado sistemático" será:
a) orgânico, isto é, inserido adequadamente no plano de estudos do currículo teológico;
b) completo, de maneira que a pessoa da Virgem seja considerada em toda a história da salvação, isto é, na sua relação com Deus; com Cristo, Verbo Encarnado, salvador e mediador; com o Espírito Santo, santificador e dador de vida; com a Igreja, sacramento de salvação; com o homem, as suas origens e o seu progresso na vida da graça, o seu destino de glória;
c) correspondente aos vários tipos de instituição (centros de cultura religiosa, seminários, faculdades teológicas...) e ao nível dos estudantes: futuros sacerdotes e professores de mariologia, animadores da piedade mariana nas dioceses, formadores da vida religiosa, catequistas, conferencistas e todos os que desejam aprofundar o conhecimento mariano.
29. Um ensino ministrado desta maneira evitará apresentações unilaterais da figura e da missão de Maria, com prejuízo da visão de conjunto do seu mistério, e constituirá um estímulo para investigações aprofundadas através de seminários e elaborações de teses de licenciatura e de láurea sobre as fontes da Revelação e sobre os documentos do Magistério. Além disso os diferentes professores, numa correcta e fecunda visão interdisciplinar, poderão sublinhar no desenvolvimento do seu ensino as eventuais referências à Virgem.
30. É portanto necessário que cada centro de estudos teológicos — segundo a fisionomia própria preveja na Ratio studiorum o ensino da mariologia num modo definido e com as características acima enunciadas; e que, consequentemente, que os professores de mariologia tenham uma preparação adequada.
31. A este propósito convém acentuar que as Normas de aplicação da Sapientia christianaprevêem a licenciatura e a láurea em teologia com a especialização em mariologia.[59]
O CONTRIBUTO DA MARIOLOGIA PARA A PASTORAL E PARA A PIEDADE MARIANA
32. Como todas as disciplinas teológicas também a mariologia oferece um precioso contributo à pastoral. A este propósito a Marialis cultus sublinha que « a piedade à bem-aventurada Virgem, subordinada à piedade ao divino Salvador e em conexão com ela, tem um grande valor pastoral e constitui uma força inovadora dos costumes cristãos ».[60] Além disso ela é chamada a dar o seu contributo no vasto compo da evangelização.[61]
33. A investigação e o ensino da mariologia, e o seu serviço à pastoral tendem à promoção duma antêntica piedade mariana, que deve caracterizar a vida de todo o cristão e particularmente daqueles que se dedicam aos estudos teológicos e se preparam ao Sacerdócio.
A Congregação para a Educação Católica pretende chamar a atenção dum modo especial os Educadores dos Seminários da necessidade de suscitar uma autêntica piedade mariana nos seminaristas, isto é naqueles que serão um dia os principais responsáveis da pastoral da Igreja.
O Vaticano II, tratando da necessidade dos seminaristas terem uma profunda vida espiritual, recomenda que eles « amem e venerem com filial confiança a Santíssima Virgem, que foi dada como Mãe ao discípulo por Jesus Cristo moribundo na cruz ».[62]
Por seu lado esta Congregação, em conformidade com o pensamento do Concílio, sublinhou muitas vezes o valor da piedade mariana na formação dos alunos do seminário:
– na Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis pede ao seminarista que « ame ardentemente, segundo o espírito da Igreja, a Virgem Maria Mãe de Cristo, a Ele associada dum modo especial na obra da redenção »; [63]
– na « Carta circular sobre alguns aspectos mais urgentes da formação espiritual nos seminários » (6 de Janeiro de 1980) observa que « não há nada que possa introduzir melhor ... na alegria de crer, do que a verdadeira devoção à Virgem Maria, concebida como um esforço cada vez mais completo de imitação »;[64] e isto é muito importante para quem deverá fazer da própria vida um contínuo exercício de fé.
Código de Direito Canónico, tratando da formação dos candidatos ao Sacerdócio, recomenda o culto da bem-aventurada Virgem Maria, alimentado daqueles exercícios de piedade com os quais os alunos adquirem o espírito de oração e consolidam a vocação » [65] .

CONCLUSÃO
34. Com esta Carta a Congregação para a Educação Católica quere acentuar a necessidade de fornecer aos estudantes de todos os Centros de estudos eclesiásticos e aos seminaristas uma formação mariológica integral que abrace o estudo, o culto e a vida. Eles deverão:
a) adquirir um conhecimento completo e exacto da doutrina da Igreja sobre a Virgem Maria, que lhes consinta discernir a verdadeira da falsa devoção, e a autêntica doutrina das suas deformações por excesso ou por defeito; e sobretudo que lhes abra a via para contemplar e compreender a suprema beleza da gloriosa Mãe de Cristo;
b) alimentar um amor autêntico à Mãe do Salvador e Mãe dos homens, que se exprima em formas de veneração genuínas e se traduza na « imitação das suas virtudes » [66] e sobretudo num empenho decidido a viver segundo os mandamentos de Deus e a fazer a sua vontade (cf. Mt. 7, 21; Jo. 15, 14);
c) desenvolver a capacidade de comunicar tal amor com a palavra, os escritos, a vida, ao povo cristão, cuja piedade mariana se deve promover e cultivar.
35. Com efeito, duma formação mariológica adequada, na qual o elan da fé e o empenho do estudo se conjugam harmonicamente, derivarão numerosas vantagens:
–  no plano intelectual, porque a verdade acerca de Deus e do Homem, acerca de Cristo e da Igreja, vem aprofundada a exaltada pelo conhecimento da « verdade sobre Maria »;
–  no plano espiritual, porque tal formação ajuda o cristão a acolher e a introduzir « em todo o espaço da própria vida interior »,[67] a Mãe de Jesus;
–  no plano pastoral, para que o povo cristão sinta fortemente a Mãe do Senhor como uma presença de graça.
36. O estudo da mariologia tende, como sua meta última, à aquisição duma sólida espiritualidade mariana, aspecto essencial da espiritualidade cristã. No seu caminho para a obtenção da plena maturidade de Cristo (cf. Ef. 4, 13), o discípulo do Senhor, consciente da missão que Deus confiou à Virgem na história da salvação e na vida da Igreja, assume-a como "mãe e mestra de vida espiritual": [68] com ela e como ela, à luz da Encarnação e da Páscoa, imprima à própria existência uma orientação decisiva para Deus por Cristo no Espírito, para viver na Igreja a proposta radical da Boa Nova e, em particular, o mandamento do amor (cf. Jo. 15, 12).
Eminências, Excelências, Reverendos Reitores dos Seminários, Reverendos Presidentes e Decanos das facultades eclesiásticas, queremos esperar que as breves orientações acima indicadas tenham a recepção devida entre os professores e os estudantes para que se possam obter os frutos desejados.
Desejando às Vossas Pessoas a abundância das bênçãos divinas, nos subscrevemos, muito atentamente,
WILLIAM Cardinal BAUM

quinta-feira, 9 de agosto de 2012


 APOSTASIA                                                                                                                    
Por Carlos J. Magliano Neto
“E o pior é, que a este pronunciamento de fé, se acrescentou: ‘qualquer um que doravante duvide ou negue esta doutrina apostatou totalmente da fé católica’. O que significa dizer que, se você se declara católico, precisa acreditar nisso, sob pena de ir para o inferno (ou seria para o purgatório?) por pecado mortal” (págs. 43 e 44)
Cabe aqui apenas uma observação: apostatar quer dizer separar, sair, não fazer mais parte. Aquele que não crê na Assunção saiu da fé católica, assim como quem não crê na divindade de Jesus Cristo também apostatou da fé católica. E isso não significa dizer que este alguém esteja condenado, pois a Igreja não é juíza da perdição de ninguém. Só o Senhor Jesus é Juiz (cf. Mt 25,31-46).
 A MORTE DA CHEIA DE GRAÇA                                                                                   
Por Carlos J. Magliano Neto
 “A morte é conseqüência do pecado. Se Maria foi sem pecado, não poderia ter morrido, a não ser que Deus tenha punido um inocente” (pág. 44)
Seu argumento é interessante e certamente nos ajudará a crescer no conhecimento. O Papa João Paulo II é bastante claro na sua reflexão sobre este assunto: “É verdade que na Revelação a morte se apresenta como castigo do pecado. Todavia, o fato de a Igreja proclamar Maria liberta do pecado original por singular privilégio divino não induz a concluir que ela recebeu também a imortalidade corporal. A mãe não é superior ao Filho, que assumiu a morte, dando-lhe novo significado e transformando-a em instrumento de salvação” (L’Osservatore Romano, ed. port. nº 26, 28/06/1997, pág. 12). A Igreja admite a morte de Maria, pois era necessário que a parte mortal fosse retirada para se revestir de imortalidade (cf. 1º Cor 15,53), contudo, prefere usar o termo dormida da Mãe de Deus, por se tratar da passagem de uma vida tão santa. “Qualquer que tenha sido o fato orgânico ou biológico que, sob o aspecto físico, causou a cessação da vida do corpo, pode-se dizer que a passagem desta vida à outra constitui para Maria uma maturação da graça na glória, de tal forma que jamais como nesse caso, a morte pôde ser concebida como uma ‘dormida’” (Papa João Paulo II, L’Osservatore Romano, ed. port. nº 26, 28/06/1997, pág. 12).
O RELICÁRIO DA VIRGEM                                                                                           
Por Carlos J. Magliano Neto
Falando sobre o túmulo de Maria que existe, mas está vazio, o senhor comenta sobre o cuidado que os católicos têm pelas relíquias dizendo:
 “Na verdade, pouco importa saber onde ele (Jesus) foi sepultado, considerando que seu corpo não esteve ali por mais de três dias. Mas para os católicos isso é importante. Todos somos conhecedores de como (os católicos) valorizam todo e qualquer tipo de relíquia. Se você não sabia, agora sabe”  (pág. 47)
As relíquias, em todos os tempos, sempre foram consideradas objetos sagrados por terem estado em contato com alguma pessoa santa ou por se tratar do corpo de um santo. Com certeza, qualquer um, inclusive um protestante, se sentiria feliz por poder tocar na cruz onde o Cristo se sacrificou por nós; por apreciar a Arca da Aliança com as Tábuas da Lei; passear na barca que os apóstolos usavam; visitar o túmulo dos apóstolos ou então sentar numa cadeira fabricada pelo carpinteiro Jesus. Não é à toa que católicos e protestantes visitam a Terra Santa e também o Vaticano, pois todos, mesmo sem perceber, valorizam essas relíquias, estes pertences ou lugares que serviram aos santos homens de Deus.
A grande graça do católico é saber que participa de uma fé oriunda do tempo apostólico e assim como o povo de Deus no deserto conservou o maná numa vasilha para que as gerações futuras pudessem vê-lo (cf. Ex 16,32-34) e os primeiros cristãos valorizavam até os lenços e aventais usados por Paulo (cf. At 19,12), também os católicos, com muito orgulho, preservam e valorizam todas as relíquias, pois são elas lembranças palpáveis de vidas santas.
 PROVAS CIENTÍFICAS                                                                                                 
Por Carlos J. Magliano Neto
 “...a ciência diz que uma prova científica se dá a partir das repetições das experiências com os mesmos resultados alcançados. Considerando que todos que nasceram há dois mil anos atrás passaram pela morte, e permanecem sepultados até hoje, concluímos que fica provado cientificamente que Maria morreu e permanece sepultada, a não ser que algum católico prove o contrário (...) Jesus foi o único que passou pela morte e venceu. Sendo Deus, a morte não tinha poder sobre ele (1º Cor 15:54-58)” (pág. 47)
Essa prova científica merece uma nova reformulação. Através dela o senhor consegue “provar” não só que Maria não ressuscitou como também que Jesus continua enterrado, afinal, os que nasceram no tempo de Jesus também continuam mortos e enterrados. Já filosofava Aristóteles: “O argumento que prova demais não prova nada”.
A ressurreição de Jesus como a de Maria transcende provas científicas e pensamentos humanos. Prova disto é a incapacidade da ciência explicar o que originou o Sudário de Turim (mortalha que envolveu o Senhor no sepulcro) e o manto do índio Juan Diego onde está estampada misteriosamente a figura de Nossa Senhora de Guadalupe. Há décadas que a ciência se debruça sobre essas duas relíquias e nada consegue explicar delas.
Curiosamente após dizer que só Jesus ressuscitou, o senhor cita 1ª Cor 15,54-58 que justamente encerra o tema da ressurreição dos mortos, onde o autor (São Paulo) no versículo 22 do mesmo capítulo diz: “Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos receberão a vida”. Jesus ressuscitou e venceu a morte: só Ele podia fazer isso. Mas, uma vez isto feito, agora todos, inclusive Maria, podem ressuscitar graças a Jesus.
É certo que nada disso prova a Ressurreição e Assunção de Maria, e não é essa a minha intenção. Minha intenção é apenas demonstrar que não há impedimentos bíblicos sobre as Verdades proclamadas pela Igreja a respeito da Virgem de Nazaré. E também, mesmo que eu quisesse, não teria como provar: são questões de fé. O senhor me pedir provas da Assunção de Maria é o mesmo que alguém te pedir provas da autenticidade da Bíblia. Como faremos para provar que a Bíblia é realmente um livro inspirado por Deus? A prova que tenho da Assunção é a mesma prova que temos da veracidade da Bíblia: o testemunho dos fiéis cristãos em toda a história do cristianismo.
 APOCALIPSE DOZE                                                                                                       
Por Carlos J. Magliano Neto
Por fim, nas páginas 48, 49, 50 e 51 é feito um longo comentário sobre Apocalipse 12, texto que é citado pela Igreja de Cristo quando fala da Assunção e Glorificação de Nossa Senhora por causa das palavras: “E viu-se um grande sinal no céu: uma Mulher revestida de sol...”. Após analisar versículo por versículo, o senhor conclui dizendo que o texto não fala de Maria, mas
“toda estruturação do texto de Apocalipse 12 aponta para o fato de que a mulher é a nação de Israel” (pág. 51)
Não precisava destinar quatro páginas do seu livro para refletir sobre Apocalipse 12 e chegar a conclusão que a Igreja já chegou há muito tempo: ao escrever este texto João falava sobre o povo santo, a nação de Israel, como também sobre a Igreja Cristã, pois a Besta atacava os seguidores de Cristo (v. 17).
O que acontece é que este texto não é algo real, mas uma “visão”, um mito com o objetivo de esclarecer algo para os cristãos que estavam sendo perseguidos ferozmente por César Nero, o Imperador. Por não se tratar de algo real, as palavras de João tomam uma dimensão maior, e passam para além de apenas um significado.
A gerações cristãs sempre souberam que João falava do povo de Deus, porém perceberam uma semelhança com a figura de Maria. E foi aí, que também destinam este texto para falar de Maria.
Não é de se estranhar essa interpretação mariana do texto se analisarmos três pontos:
1º - O Filho da Mulher é o Messias, o Salvador do Mundo (v.5), o que nos faz lembrar da Mulher que deu à luz a Jesus: Maria.
2º - O termo “Mulher”: o mesmo autor do Apocalipse escreveu no seu Evangelho que por duas vezes Jesus chamou sua Mãe de “Mulher” (Jo 2,4 e 19,26) e em Gálatas 4,4 usa-se o mesmo termo para ela: “Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher”. Sendo assim, o uso do termo Mulher também facilita a lembrança de Maria.
3º - Já comentei o quanto João se baseou nos primeiros capítulos de Gênesis para escrever o seu Evangelho. Agora parece que mais uma vez João os utiliza. A cena muito se parece com Gn 3,15, quando, depois de tentar Eva, a Serpente ouve de Deus: “Colocarei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e os descendentes dela”. As gerações cristãs entenderam desde cedo que aí Deus já prometia o Salvador, e por conseqüência, já falava da sua Mãe, a Mulher da qual Ele iria descender. Veja agora o paralelo: em Ap 12,9 assim está: “Esse Dragão é a antiga Serpente”, perceba que João lembra da cena de Gênesis afirmando que o Dragão é a Serpente que Deus amaldiçoou no início. Ao lembrar da Serpente, João torna fácil a lembrança do ódio posto por Deus entre a Serpente e a Mulher (Gn 3,15 compare com Ap 12,4.13) e da mulher que seria mãe de uma descendência santa (Gn 3,15 compare com Ap 12,17). Todos esses pontos de Gênesis 3 que falam profeticamente de Maria aparecem em Apocalipse 12.
Logicamente que os pormenores, dependendo da interpretação que se dêem a eles, não vão bater com a vida de Maria. No entanto, sabemos que é uma linguagem figurada, simbólica e que se trata de uma realidade de fantasia, porém, com um fim de evangelização. Afirmar que a Igreja só interpreta Apocalipse 12 apontando para Maria é mutilar o estudo bíblico milenar que a Igreja faz sobre a Palavra de Deus.
“Todos estes argumentos e reflexões dos santos padres apóiam-se como em seu maior fundamento nas Sagradas Escrituras. Estas como que põem diante dos olhos a Santa Mãe de Deus profundamente unida a seu divino Filho, participando constantemente de seu destino” (Papa Pio XII, Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus).

sábado, 4 de agosto de 2012


A alma de Maria

Filed under: Mariologia — vidanova at 8:17 am on sexta-feira, setembro 26, 2008
Talvez, como eu, você se tenha perguntado mil vezes: como é a alma de Maria? Como ela vê o mundo, as pessoas? Como se relaciona com Deus, com as pessoas, com o criado? Como sente? Como pensa? Como age? Como reage? Como medita? Como ora Maria?
Talvez, até, você estranhe de estarmos utilizando o verbo no presente. Mas é que este é exatamente primeiro segredo ao se contemplar Maria. Tem-se que utilizar sempre o presente: o céu existe nela desde sua concepção. Hoje, é certo, ela está no céu, de corpo e alma, ressuscitada, plena também em seu corpo do que ela aqui viveu plenamente. Mas como é, afinal, a alma desta que trouxe o céu em si e nunca conheceu em sua alma nada que não fosse o próprio céu?
Nós, que mal e mal conhecemos nossa alma, nós a quem o acesso pleno à própria alma é impossibilitado pelo pecado, nós, a quem o acesso irrestrito ao próprio corpo, à própria história é barrado pela imperfeição, ousamos contemplar, amorosos, a alma de Maria.
Como isso só é possível se nos for dado do céu, pelo poder do Espírito Santo, em uma partilha de sua intimidade com a Esposa, é a Ele que devemos pedir licença para penetrar neste santuário incomparável. Somente Ele, também, poderá ser nosso guia. O recato de Maria, sua vida interior tão rica quanto reservada, o fato de que ela só ama, não permitiria que ela mesma fosse nossa guia. Maria não caminha no interior de si mesma: caminha no interior de Deus, em quem vive.
Este é o primeiro aspecto a ser contemplado: nada há em Maria que seja ela mesma. Ela é toda ela mesma, certamente, em seu corpo e alma. No entanto, não é nela que se encontra a ela própria, pois ela não vive em si nem para si. Vive toda em Deus e para Deus. No outro e para o outro. Se se quiser encontrá-la, portanto, é Nele que a encontramos. Esta é a primeira coisa a aprender: só é plenamente, só é verdadeiramente quem se é quando não se é para si e não se é em si.
Ao buscarmos a alma de Maria, sua vida interior, seu íntimo mais íntimo, não a encontramos. Encontramos Deus. Encontramos o homem, cada homem, todo homem. Encontramos a vontade de Deus mais plenamente pura – e, portanto, mais plenamente escondida, misteriosa, desafiante –  e mais radicalmente obedecida. Encontramos um universo sem fim de corações de homens guardados em seu coração.
Ao ser visitada por Gabriel, ao receber os pastores, ao acolher os magos, ao ouvir Simeão, Maria não arquiva palavras e fatos em seu coração, como eu faço facilmente com as palavras que escrevo, arquivando-as na memória de meu computador. Maria não arquiva fatos, frases, constatações, acontecimentos em sua memória. Maria guarda mistérios em sua alma, em seu coração. Guarda-os, como se entesoura coisas preciosas: atentamente, amorosamente, cuidadosamente, respeitosamente. Guarda o mistério da vontade de Deus, guarda o mistério da alma de cada pessoa, da sua e da minha.
Buscamos a alma de Maria e encontramos Deus. Buscamos seu coração e encontramos o homem. Buscamos seu íntimo e encontramos amor. Por isso não a encontramos. Ela não existe senão em Deus e nos outros. É a mulher-amor, a toda graça, a toda de Deus, a nada dela mesma.
É difícil evitar um sorriso complacente quando a gente vê pessoas que se querem vestir como Maria, caminhar como Maria, agir como Maria, amar como Maria. Teriam que vestir-se de sol, pois era Maria quem dava sentido ao que vestia, e não o contrário. Teriam que caminhar para dentro de si mesmos, onde habita Deus, pois o caminho de Maria não é para realizações exteriores, mas interiores. Teriam que agir sem agir, entregues, abandonados, pois, em Maria, quem faz toda a Obra é Deus. É Ele quem a direciona a agir para que o amor seja implantado, sempre. E, como o amor é pequeno, sempre pequeno, sempre loucamente perdido em Deus e nos outros, ao quererem amar como Maria teriam que, literalmente, desaparecer, sumir, diminuir até ser nada e Deus ser tudo.
Tenho para mim – cá com meus botões mais íntimos – uma intuição que João, o Batista, conheceu muitíssimo bem a alma de Maria. Foi por meio dela que sua alma foi purificada ainda no seio de Isabel. Os dois, a partir de então, desenvolveram uma cumplicidade única, irrepetível, sobre a terra: a vida – para ela desde a concepção, para ele desde os seis meses de gestação – livre do pecado original.
Cúmplices, os dois desapareceram e deixaram aparecer quem amavam. Deixaram aparecer quem interessava. Cederam todo o seu espaço interior e exterior para Aquele de quem eram mediador e medianeira e, ao amar, sumiram, desfizeram-se em amar, consumiram-se em não ser para si e em si para serem para Ele e Nele: o Menino, o Cordeiro, a Criança de Deus.
Maria é, então, uma despersonalizada, uma pobre coitada, pouco brilhante, sem expressão, indefinida? Quem ousaria pensar tal coisa?!? Ninguém há que seja tão ela mesma. Ninguém que seja tão feliz. Ninguém que tenha tamanho brilho. Ninguém que tenha influenciado tanto a humanidade afora Jesus, o Filho, para quem ela é toda.
A alma de Maria é Jesus. É o Pai. É o Espírito. A alma de Maria é a Trindade em permanente relacionamento de amor. Maria é feita e se faz amor e amar. Dá-se em tudo e sempre. Porque não busca a si mesma encontra-se plenamente. Porque não busca a própria realização realiza-se profundamente. Porque não se dá descanso, é paz. Porque faz sua a vontade do Pai, ainda que só a conheça como mistério, é inteiramente livre e feliz.
A alma de Maria. Maria. A que é porque não é. A que existe em Deus que é seu habitat. A que faz-se tão ampla, tão aberta, tão plenamente o outro que nela só há espaço de abertura e acolhida; nela, o paraíso de Deus; nela o paraíso dos homens; nela o não aparecer para que só Deus seja visível; nela o não falar para que só Deus seja Palavra, nela o abandono para que em tudo faça-se, plenamente, a vontade de Deus, para a Sua felicidade, para a felicidade do homem.
Quem tem amor assim, este conhecerá a alma de Maria, paraíso de Deus, paraíso do homem. A esta alma, só o amor conhece, só o amor a Deus e aos homens toca e maravilha-se com o mistério escondido no não ser para ser plenamente, no perder-se em amor para que o Amor seja tudo em todos.
Emmir Nogueira Comunidade Católica Shalom

POR QUE OS CATÓLICOS HONRAM MARIA – UMA RESPOSTAS ÀS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Filed under: Mariologia,Respostas Católicas,Seitas e Religiões — vidanova at 6:54 am on terça-feira, dezembro 30, 2008
Por Claude Kenneson
Tradução: Edigar Limeira
Fonte: http://www.catholicxjw.com/honormary.html

Da idade de 14 até os 21 anos, eu pertencia a um grupo religioso chamado Testemunhas de Jeová. Outrora, em 1965, minha irmã que havia permanecido na fé Católica, fez uma novena a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para meu retorno a Igreja. Suas orações foram respondidas. 
As Testemunhas de Jeová acusam os católicos de adorar a Maria,o que segundo eles é condenado em Exodo 20:3: “Não terás outros deuses diante de minha face”. A Igreja em resposta nega a alegação. O ensino oficial Católico sempre foi que a adoração pertence somente a Deus. Nenhuma criatura (incluindo Maria) merece adoração. O Credo de Nicéia ensina que “Cremos em um só Deus”. A doutrina do politeísmo é repudiada. Maria não é uma deusa. Qualquer católico que coloca Maria no mesmo nível que Deus é culpado de violar o Primeiro Mandamento e de pecar.

A próxima acusação levantada pelas Testemunhas é de que os católicos violam Êxodo 20.4: “Não farás para ti ídolo, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra.”

Novamente as Testemunhas não entendem a visão da Igreja Católica que categoricamente rejeita a adoração de estátuas ou imagens de Maria, dos santos ou mesmo Cristo como idolatria e superstição. Esses objetos não têm poder nem divindade intrínseca a si próprios. 

Obviamente, as Testemunhas não seguem esse mandamento literalmente. A sua literatura está cheia de desenhos ou imagens de Cristo, figuras bíblicas, etc.
Auxílios visuais em devoção ou entendimento bíblico não servem a outro propósito que não o de chamar a mente os personagens que são lembrados. Qualquer um que atribui divindade a estas imagens ou estátuas é culpado do pecado da idolatria.

Então o que os católicos realmente dizem sobre Maria? Isto. Maria deve ser venerada da mesma maneira que Deus a honrou. Lembre-se que o próprio Deus enviou o anjo Gabriel para anunciar que o Senhor estava com ela e que ela havia sido grandemente abençoada e que Deus havia sido benevolente com ela. (Veja Lucas 1:28, 30)

Deus a escolheu para ser a mãe de Seu Filho. As Testemunhas de Jeová deveriam entender que Deus não criou Jesus como humano independentemente e o enviou diretamente a terra. Não, Jesus nasceu da mulher Maria.

Nenhuma mulher antes ou desde então, foi tão privilegiada de carregar o Filho de Deus. (Veja Gálatas 4.45) Maria não é uma simples mulher como as Testemunhas admitem.  Carregar o Filho de Deus a colocou totalmente em outra categoria.

Os católicos também são ensinados a respeitar e estimar Maria por causa de sua fé e obediência. Maria, no verdadeiro sentido da palavra, foi a primeira crente, a primeira Cristã. Em Lucas 1.38 ela respondeu ao anjo que “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Maria disse “sim” a Deus por começar a carregar a Cristo para o mundo. Se Maria não acreditava no Pai, no Filho e no Espírito Santo, quem acreditaria? (Veja Lucas 1.31-33, 35).

Na mensagem do anjo, ela recebeu a Palavra de Deus em seu coração e em seu útero, e deu a Vida (Jesus), para o mundo através do Espírito Santo. Lucas 2.19 e 51 indicam que Maria fielmente ouviu a palavra de Deus e a manteve em seu coração. 
Contraste sua resposta as do incrédulo Zacarias em Lucas 1.20. 
           
O próprio Jesus declarou abençoados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guardam. (Marcos 3.35; Lucas 11.27-28). Jesus certamente não estava rebaixando sua mãe nesta passagem, como as Testemunhas de Jeová certa vez sugeriram para mim.
Maria fez o que Deus queria que ela fizesse; ela ouviu a Palavra de Deus, a entesourou em seu coração e a obedeceu. (Ver Lucas 1.45) Jesus está realmente dizendo a seus ouvintes para imitar a sua mãe porque ela guardou a Palavra de Deus. Jesus também ensinou a necessidade de desprendimento da família pelo amor de Deus. Mas, por colocar a Deus acima de sua família não pretende ser um sinal de desrespeito. O mesmo Jesus também disse: “Honra a teu pai e a tua mãe.” (Veja Mateus 15.4)

Através da intercessão de Maria, Jesus realizou o seu primeiro milagre em Caná (João 2.1-11). As palavras de Maria aos servos aplicam-se a nós até hoje: “Fazei o que Ele (Jesus) vos disser”. Aliás, ao abordar Sua mãe como “mulher, isto compete a nós?” não significa “isto não é da sua conta”, como asTestemunhas disseram-me, mas “não se preocupe, tudo vai dar certo”. Isto é o que certamente significava para Jesus para que ele imediatamente fizesse o milagre da transformação de água em vinho a pedido de sua Mãe!
A utilização da palavra “mulher” na antiguidade num grau mais baixo não implicava em qualquer desrespeito – equivale hoje em dia ao termo “Senhora”, muito distante do que as Testemunhas de Jeová gostariam que acreditássemos que a expressão significa.

Em vez de sempre tentar desvirtuar o papel de Maria e o devido respeito dela, as Testemunhas de Jeová fariam bem em seguir o exemplo da Igreja Católica, que ao longo de séculos tem cumprido as palavras da própria Maria nas Escrituras: “Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações”. “(Veja Lucas 1.48)
É por isso que nós lhe chamamos de Virgem Maria Abençoada (ver também Lucas 1.30, 35).
Uma vez que Deus foi a primeiro a honrar Maria, por que seria errado para os cristãos a fazer o mesmo?

Rosário – Configurar-se a Cristo com Maria

Filed under: Mariologia — vidanova at 7:09 am on quinta-feira, janeiro 22, 2009
15. A espiritualidade cristã tem como seu caráter qualificador o empenho do discípulo em configurar-se sempre mais com o seu Mestre (cf. Rom 8, 29; Fil 3, 10.21). A efusão do Espírito no Batismo introduz o crente como ramo na videira que é Cristo (cf. Jo 15, 5), constitui-o membro do seu Corpo místico (cf. 1 Cor 12, 12; Rom 12, 5). Mas a esta unidade inicial, deve corresponder um caminho de assimilação progressiva a Ele que oriente sempre mais o comportamento do discípulo conforme à “lógica” de Cristo: « Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus » (Fil 2, 5). É necessário, segundo as palavras do Apóstolo, « revestir-se de Cristo » (Rom13, 14; Gal 3, 27).
No itinerário espiritual do Rosário, fundado na incessante contemplação – em companhia de Maria – do rosto de Cristo, este ideal exigente de configuração com Ele alcança-se através do trato, podemos dizer, “amistoso”. Este introduz-nos de modo natural na vida de Cristo e como que faz-nos “respirar” os seus sentimentos. A este respeito diz o Beato Bártolo Longo: « Tal como dois amigos, que se encontram constantemente, costumam configurar-se até mesmo nos hábitos, assim também nós, conversando familiarmente com Jesus e a Virgem, ao meditar os mistérios do Rosário, vivendo unidos uma mesma vida pela Comunhão, podemos vir a ser, por quanto possível à nossa pequenez, semelhantes a Eles, e aprender destes supremos modelos a vida humilde, pobre, escondida, paciente e perfeita ».(18)
Neste processo de configuração a Cristo no Rosário, confiamo-nos, de modo particular, à ação maternal da Virgem Santa. Aquela que é Mãe de Cristo, pertence Ela mesma à Igreja como seu « membro eminente e inteiramente singular »(19)sendo, ao mesmo tempo, a “Mãe da Igreja”. Como tal, “gera” continuamente filhos para o Corpo místico do Filho. Fá-lo mediante a intercessão, implorando para eles a efusão inesgotável do Espírito. Ela é o perfeito ícone da maternidade da Igreja.
O Rosário transporta-nos misticamente para junto de Maria dedicada a acompanhar o crescimento humano de Cristo na casa de Nazaré. Isto lhe permite educar-nos e plasmar-nos, com a mesma solicitude, até que Cristo esteja formado em nós plenamente (cf. Gal 4, 19). Esta ação de Maria,totalmente fundada sobre a de Cristo e a esta radicalmente subordinada, « não impede minimamente a união imediata dos crentes com Cristo, antes a facilita ».(20)É o princípio luminoso expresso pelo Concílio Vaticano II, que provei com tanta força na minha vida, colocando-o na base do meu lema episcopal: Totus tuus.(21)Um lema, como é sabido, inspirado na doutrina de S.Luís Maria Grignion de Montfort, que assim explica o papel de Maria no processo de configuração a Cristo de cada um de nós: “Toda a nossa perfeição consiste em sermos configurados, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Portanto, a mais perfeita de todas as devoções é incontestavelmente aquela que nos configura, une e consagra mais perfeitamente a Jesus Cristo. Ora, sendo Maria entre todas as criaturas a mais configurada a Jesus Cristo, daí se conclui que de todas as devoções, a que melhor consagra e configura uma alma a Nosso Senhor é a devoção a Maria, sua santa Mãe; e quanto mais uma alma for consagrada a Maria, tanto mais será a Jesus Cristo”.(22)Nunca como no Rosário o caminho de Cristo e o de Maria aparecem unidos tão profundamente. Maria só vive em Cristo e em função de Cristo!

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por Papa João Paulo II
Carta o Rosário – Paragrafo 15

As glórias de Maria segundo a Palavra

Filed under: Mariologia — vidanova at 10:14 am on segunda-feira, fevereiro 16, 2009

AS GLÓRIAS DA VIRGEM MARIA SEGUNDO AS ESCRITURAS
Muitas e grandiosas são as glórias de Maria Santíssima, pelas quais não cessam de propagar e cantar seus louvores todos os seus servos. Não apenas os anjos e santos nos céus, mas também nós os pecadores glorificamos com confiança todos os dias a tão excelsa mãe. Não podia portanto, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, calar-se a respeito da mais sublime de suas criaturas. Apresentaremos um pequeno resumo de como as Sagradas Escrituras exaltam e testemunham às glórias de Nossa Senhora.
” Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’” ( Lc 1, 28 )
Eis aqui, proclamado pelo próprio anjo Gabriel o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade perene. Quando a Igreja chama Maria de “Imaculada Conceição” quer dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta – por graça divina – do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido chamando-a de “cheia de graça”. Pois, onde existe esta “graça transbordante” não pode coexistir o pecado. Por isso, esta boa Mãe é também chamada pelos seus servos de “Santíssima Virgem”. Os santos ensinaram que não convinha a Jesus Cristo, o Santíssimo, ser gerado e nascer de uma criatura imperfeita. Como podia o Santíssimo Deus, Jesus Cristo ser depositado num receptáculo que não fosse digno dEle? Pois ele mesmo testemunha no Evangelho, que não se coloca vinho novo e bom em odres velhos e defeituosos ( conf. Lc 5, 37 ). Eis porque o Criador elevou Maria, este “Vaso Insigne de Devoção” a tão grande santidade.
“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” ( Lc 1, 38 )
`Maria ao dizer seu “sim” incondicional ao convite de Deus, introduz no mundo o Verbo Divino, Jesus Cristo. E, fato assombroso: torna-se a única criatura a gerar o seu Criador segundo a natureza humana. Deus a amava tanto que quis precisar nascer e depender dela enquanto homem. Maria iniciou com sua sagrada gravidez o restabelecimento da concórdia entre Deus e os homens conforme está escrito: “Por isso, Deus os abandonará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz” ( Miq 5,2 ). Com este sim incondicional Maria cumpre também a primeira de todas as profecias registrada na história da humanidade. Porque com esta sua doação total ela fere a cabeça do demônio ( Gn 3,15 ) e começa a devastar o seu reino de morte, que será destruído totalmente pelo seu filho Jesus.
“Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” ( Lc 1, 48 )
Os santos proclamam a profunda intimidade dela com a Santíssima Trindade: Filha de Deus Pai, esposa do Espirito Santo, mãe de Deus Filho! O Espírito Santo profetiza pelos lábios de Maria, que daquele momento em diante de geração em geração, isto é, para sempre, todos os cristãos proclamariam sua bem-aventurança. Feliz religião que a enaltece e a glorifica! Felizes os seus filhos que exaltando-a e enaltecendo-a cumprem fielmente esta profecia.
” Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor ? ” ( Lc 1, 43 )
Isabel, mulher idosa e santa, esposa de Zacarias, mãe de João Batista desmancha-se em elogios àquela jovem que foi até sua casa para servir! Que lição de humildade a tantas pessoas que com sua “sabedoria” ( que na verdade é pestífera loucura ) evitam tributar à Santa Mãe de Deus os louvores que ela merece, temendo que isto diminua à glória devida a Jesus Cristo. Esquecem então, que o Espírito Santo mesmo ensina, que o louvor dirigido aos pais é grande honra para o filho (conf. Eclo 3, 13 ). Preferem portanto, os verdadeiros filhos de Maria, em todos os tempos, lugares e momentos, exaltarem a Virgem, imitando o exemplo de Santa Isabel, para serem seguidores fiéis da Sagrada Escritura.
” Pois assim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio ” ( Lc 1, 44 )
Cristo testemunhou a respeito de João Batista: “dos nascidos de mulher nenhum foi maior que João” ( cf. Lc 7 28 ). Pois bem. Este mesmo João Batista, que Jesus Cristo declara ter sido mais importante que todos os patriarcas, profetas e santos do Antigo Testamento, ao ouvir a doce voz de Maria “estremeceu de alegria”. O Espírito Santo, que nele habitava, exultou de alegria ao ouvir a voz da doce Mãe! Não é, pois justo, a nós que somos os últimos de todos, exultar de alegria ao ouvir o doce nome de Maria? Não nos é sumamente necessário imitar o Espírito Santo? Não é proveitoso para os cristãos imitarem o gesto de São João Batista ? Bendito os servos de Deus, que não se cansam de se alegrar e cantar os louvores desta Senhora, imitando assim o gesto do Divino Esposo e de São João Batista, o maior profeta da Antiga Aliança.

“E uma espada transpassará a tua alma” ( Lc 2, 35 )
Uma lança transpassou o coração do Cristo na Cruz. Uma espada de dor transpassou o coração de Maria no Calvário! Deus revela ao profeta Simeão como Nossa Senhora estaria intimamente ligada à Jesus Cristo no momento da Sagrada Paixão. Ninguém em toda a terra, em todos as épocas, esteve mais intimamente ligado a Jesus naquele dramático momento que sua Santíssima Mãe. Portanto que, junto com o sacrifício expiatório, doloroso e único de Jesus Cristo no Calvário, subiu também aos céus, como oferta agradabilíssima diante de Deus, o sacrifício doloroso de Nossa Senhora.
“Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles não tem mais vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou’. Disse então sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’” ( Jo 2, 3 – 5 )
Na festa do casamento de Canaã Jesus iniciou seu ministério. Ministério aliás composto por pregação e “obras” (milagres). A Santíssima mãe percebeu a dificuldade daquela família, que não tinha vinho para os convidados. A boa Senhora é vigilante, e os servos dela sabem, que ela vigia sobre eles, mesmo quando não se apercebem dessa vigilância. Jesus afirmou então claramente a Maria que, ainda não era o momento para iniciar seu ministério com um prodígio, pois disse: “minha hora ainda não chegou”. A Santíssima mãe, conhecendo profundamente o filho, mesmo diante da aparente recusa, o “obriga” docemente a antecipar sua missão. E assim, sem discussão, na mais plena confiança, diz aos serventes: “façam o que ele lhes disser”. Grandíssima confiança! Assim, aquela que o introduziu no mundo segundo a carne, o introduz agora no seu ministério, pela sua intercessão. Feliz a família que tiver por mãe esta doce Senhora. Sua intercessão é infinitamente mais eficaz do que as orações de todos os santos que pedem sem cessar pelos habitantes da terra ( conf. Ap 6, 9-10 . 8, 3-4 ; II Mac 15,11-16 ).

“Disse-lhe alguém: ‘Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te’. Jesus respondeu: ‘Quem são meus irmãos e minha mãe? (…) Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’. ( Mt, 47. 49-50 )
Somente pertencemos à Cristo na medida em que pertencermos à nossa Mãe Santíssima. “Quem são meus irmãos e minhas mãe ?” pergunta o Cristo. E aponta para os seus discípulos: “eis aqui a minha família!”. E, doravante, somente os que forem discípulos do mestre, ouvindo as suas palavras e as cumprindo poderão pertencer plenamente a esta família. Por isto, como doce discípula Maria “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” ( Lc 2, 19.51) Meditava e as guardava! Eis o exemplo da perfeita discípula. Maria com efeito não é mãe apenas na carne, mas na vida toda, na alma e na total obediência ao seu Divino Filho.
Alguns, que ainda não amam suficientemente a Santíssima Virgem, usam estes versículos acima justamente contra ela, tentando convencer-nos de que Jesus a teria desprezado naquele momento. Esses “estudiosos da Bíblia” esquecem que Jesus jamais desprezaria sua mãe, conforme ensina o próprio Espírito Santo: “Apenas o filho insensato despreza sua mãe” ( Pr 15, 20 ). E assim, com esta interpretação desastrosa, que espalham ardorosamente, ofendem não apenas a boa Mãe, como blasfemam contra Jesus Cristo, como se o mesmo fosse violador do sagrado mandamento: “Honra teu Pai e tua Mãe” ( Ex 20,12 e Deut 5,16 ).
“Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’” ( Jo 19, 26-27 )
O apóstolo João aos pés da cruz, o único discípulo presente, representava todos os discípulos. Neste momento Jesus consagrou Maria, Mãe espiritual dos apóstolos. Mais ainda: João representava também, todos os homens e mulheres, de todos os lugares e de todos os tempos, que a partir daquele momento ganharam Maria como sua Mãe espiritual. Isto está de acordo com o testemunho do próprio São João, que em outra parte diz:: “O Dragão se irritou contra a mulher (Maria) (…) e sua descendência, aqueles que guardam os mandamentos de Deus (…)” ( Ap 12, 17 ).
Maria Santíssima não teve outros filhos naturais. Permaneceu sempre virgem, como era do conhecimento universal dos primeiros cristãos até os nossos dias. Mas, muitos insistem em “presenteá-la” com filhos naturais que ela não teve. Fazem isto, para diminuírem a glória de Jesus Cristo, bem como para esvaziarem Maria de sua maternidade universal. Se Jesus tivesse irmãos carnais, não teria entregue sua Mãe aos cuidados de João Evangelista. Seus próprios irmãos naturais cuidariam dela, como era dever sacratíssimo na época e ainda hoje. Além disso, citam aqueles que não amam a Virgem Maria algumas passagens bíblicas como a seguinte: “Não se chama a sua mãe Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?” ( Mt 13,55 ) Querendo com isto provar que Nossa Senhora teve outros filhos. Esquecem ou ignoram, que nos tempos de Cristo todos os parentes se chamavam entre si de irmãos. E a própria Bíblia prova isto, pois dos quatro “irmãos” acima citados, lemos que a verdadeira mãe de Tiago e José era uma outra Maria, irmã de Nossa Senhora e casada com Cleofas ( Jo 19,25 e Mc 15,40 ). E que Judas era irmão de Tiago Maior ( Jd 1,1 ) filho de Alfeu ( Mt 10, 2-4 ). Ou seja, ninguém era filho natural de Maria e José. Eram de sua parentela, mas não de sua filiação. Além disso, os primeiros cristãos, que conheceram Jesus e os apóstolos, nos escritos que nos deixaram, todos testemunharam que Maria sempre permaneceu virgem, não tendo jamais outros filhos. Sobre estes inventores de novidades a Bíblia nos previne: “Haverá entre vós falsos profetas (…) muitos seguirão as suas doutrinas dissolutas (…) e o caminho da verdade cairá em descrédito” ( II Pe 2, 1-2 ).
“E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa” ( Jo 19, 27 )
Daquela hora em diante, S. João levou a Santa Mãe para sua casa. Primeiramente para sua “casa espiritual”, sua alma. Esse é o motivo pelo qual era o discípulo que Jesus mais amava, porque também, era o discípulo mais afeiçoado a ela. Depois, levou-a para sua casa material, seu lar. Assim também, o verdadeiro filho de Maria, a exemplo de S. João, deve levar esta boa mãe para seu “lar espiritual”, no recesso mais íntimo de nossa vida espiritual. E convidá-la também para habitar nossas casas, onde sua presença maternal poderá ser recordada através de quadros e imagens. Estas imagens serão para os servos de Maria uma lembrança contínua e consoladora de sua presença e proteção, da mesma forma que o próprio Deus, antigamente, consagrou o uso das sagradas imagens e esculturas no culto divino ( conf. Nm 21, 8-9 ; Ex 25, 18-20 ; I Reis 6,23-28 etc ), para recordar, a sua presença amorosa no meio do seu povo, Israel.
“Todos eles perseveravam unanimemente em oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria mãe de Jesus, e os irmãos dele” ( At 1,14 )
No cenáculo, no dia de Pentecostes, Maria juntamente com os discípulos suplicavam para que viesse o Espírito Santo sobre todos. E assim foi fundada a Igreja naquele dia. Maria uma vez tendo introduzido o Cristo no mundo, depois tendo inaugurado seu ministério nas bodas de Canaã, agora intercede, introduzindo e inaugurando a ação do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. Eis a mãe da Igreja com seus filhos.
“Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” ( Ap 12, 1)
 No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades: a Assunção de Nossa Senhora, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse descreve que esta mulher “estava grávida e (…) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações…” ( Ap 12, 2.5 ). Qual mulher, que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem? ( conf. Is 7, 14 ). Outros contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve “grávida” de Jesus Cristo! Antes, foi Cristo que gerou a Igreja, foi ele que a estabeleceu e a sustenta. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está escrito: “O Dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino” ( Ap 12, 13 ). A Igreja teria dado à luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente, Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou “o menino” prometido ( conf. Is 9, 5 ). Diz ainda a Sagrada Escritura que: “(o Dragão) deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (…) para lhe devorar o Filho (…) A Mulher fugiu para o deserto, onde (…) foi sustentada por mil duzentos e sessenta dias” ( AP 12, 4.6 ). De fato, o demônio maquinou contra a vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoa do perseguidor Herodes. Maria fugiu então com o filho para o deserto ( Egito ). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos e sessenta dias ( três anos e meio ). Ou seja, do ano 7 AC, ano do nascimento de Jesus, conforme atualmente se acredita, até março-abril do ano 4 AC, ano da morte de Herodes. Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos quais foi sustentada pela Providência.
Portanto, todos esses versículos, confirmam primeiramente a assunção de Nossa Senhora. Pois o apóstolo a contempla revestida de sol, já estabelecida desde agora na glória prometida pelo seu Filho, quando diz “Os justos resplandecerão como o sol” ( Mt 13,43 ). Confirma incontestavelmente sua realeza espiritual, pois a mesma se apresenta coroada com doze estrelas, símbolo das doze tribos de Israel e dos doze apóstolos. Portanto Rainha do Antigo e do Novo Testamento. Por fim confirma sua maternidade espiritual, pois diz o Espírito Santo: ” ( O Dragão ) se irritou contra a Mulher ( Maria ) e foi fazer guerra ao resto de sua descendência ( seus filhos espirituais ), os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” ( Ap 12, 17 ). Somos de sua descendência apenas se nos comprometermos com o Cristo Jesus, guardando os seus mandamentos e testemunhando-o como nosso Senhor e Salvador.
GRAÇAS A DEUS!
Udson Rubens Correia