sexta-feira, 30 de março de 2012


Tanakh

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Tanakh ou Tanach (em hebraico תנ״ך) é um acrônimo utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia judaica.
O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento cristão, porém com outra divisão.
A palavra é formada pelas sílabas iniciais das três porções que a constituem, a saber:
  • Torá (תורה), também chamado חומש (Chumash, isto é "Os cinco") refere-se aos cinco livros conhecidos como Pentateuco, o mais importante dos livros do judaísmo.
  • Neviim (נביאים) "Profetas"
  • Kethuvim (כתובים) "os Escritos"
Tanakh é às vezes chamado de Mikrá (מקרא).

Índice

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[editar]O Tanakh e o Antigo Testamento

A divisão refletida pelo acrônimo Tanakh está atestada em documentos do período do Segundo Templo e na literatura rabínica. Durante aquele período, entretanto, o acrônimo Tanakh não era usado, sendo que o termo apropriado era Mikra ("Leitura"). Este termo continua sendo usado em nossos dias, junto com Tanakh, em referência as escrituras hebraicas.
No hebraico moderno, o uso do termo Mikrá dá um tom mais formal do que o termo Tanakh.
De acordo com a tradição judaica, o Tanakh consiste de vinte e quatro livros. A Torá possui cinco livros, o Nevi'im oito e o Ketuvimonze.
Esses vinte e quatro livros são os mesmos livros encontrados no Antigo Testamento protestante, mas sua ordem é diferente. A enumeração também difere: os cristãos contam esses livros como trinta e nove, pois contam como vários alguns livros que os judeus contam como um só.
O termo Velho Testamento, apesar de comum, é muitas vezes considerado pejorativo pelos judeus, pois pode ser interpretado como inferior ou antiquado.
O termo Bíblia hebraica é adotado por alguns estudiosos para indicar que existe uma equivalência entre o Tanakh e o Antigo Testamento, tentando evitar algum sectarismo.
Os Antigos Testamentos católico e ortodoxo contêm seis livros que não estão incluídos no Tanakh. Eles são chamados "Deuterocanônicos" por ter tido sua canonicidade contestada por alguns dos Padres da Igreja, mas por fim foram decretados inspirados em concílio, conforme ressaltado abaixo. Todavia, tais livros sempre fizeram parte da literatura hebraica, sendo estudados nassinagogas, tendo um estimado valor dentro do judaísmo e para a história de Israel, como é o caso de I Macabeus e II Macabeus, os quais narram a heróica resistência ao helenismo na Palestina.
Nas bíblias das Igrejas Católica Romana e Ortodoxas, Daniel e o Livro de Esther podem incluir material deuterocanônico que não está na Tanakh ou no Antigo Testamento protestante.

[editar]Línguas

Rolo de Torá
A maior parte dos livros do Tanakh estão escritos em hebraico. Partes de DanielEsdras, uma sentença emJeremias e um topônimo no Gênesis estão em aramaico, mas com escrita hebraica.

[editar]Deuterocanônicos

O que aconteceu no Concílio de Trento foi apenas uma confirmação dos Livros aceitos como pertencentes àsSagradas Escrituras que não é outra coisa senão a repetição da mesma lista aprovada pelo Concílio de Hiponaem 367 d.C. em seu canon nº. 36:
Cânon 36 – “Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes:
  • Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos(1),
  • dois livros dos Paralipômenos(2)
  • Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão(3),
  • doze livros dos Profetas(4),
  • Isaías, Jeremias(5),
  • Daniel, Ezequiel, TOBIAS, JUDITE, Ester, dois livros de Esdras(6)
  • e dois [livros] dos MACABEUS. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos(7),
  • um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo (8), uma do mesmo aos Hebreus(9),
  • duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João(10).
  • Sobre a confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado do mar(11).
É também permitida a leitura das Paixões dos mártires na celebração de seus respectivos aniversários" (Concílio de Hipona, 08.Out.393).
NOTA: Pelo que consta da lista acima e conforme anotações abaixo, estão contidos neste cânon os sete livros DEUTEROCANÔNICOS (em MAIÚSCULAS). Tais livros não fazem parte do Cânon Judaico, definido por um conjunto de rabinos no chamado Concílio de Jamnia no fim do século I, mas estavam desde o século I A.C. no cânon da Septuaginta, junto com outros livros considerados apócrifos por judeus modernos e pela maioria dos cristãos.
1-Trata-se dos dois livros de Samuel (1Rs/2Rs) e os dois livros de Reis (3Rs/4Rs).
2-Isto é, os dois livros das Crônicas (1Cr/2Cr).
3-Ou seja: Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, SABEDORIA e ECLESIÁSTICO.
4-A saber: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
5-Incluindo as "Lamentações" e "BARUC".
6-Isto é, o livro de Esdras e o livro de Neemias.
7-Mateus, Marcos, Lucas e João.
8-Aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito e a Filemon.
9-Curiosa distinção resultada, provavelmente, dos escrúpulos que a Igreja Africana tinha a respeito da autenticidade literária paulina dessa epístola.
10-Percebe-se, assim, que o cânon coincide perfeitamente com o cânon definido pelo Concílio de Trento.
11-Trata-se da Igreja de Roma.

[editar]Canon Judaico

De acordo coma tradição judaica (Midrash Rabbah 12:12) o Canon Judaico é composto de 24 livros que se agrupam em 3 conjuntos: A Lei ou Instrução, Os Profetas e Os Escritos. Os livros de 1 e 2 Samuel, são reunidos em um só livro, e 1 Reis e 2 Reis, também são considerados um só livro, assim como os 12 profetas "menores" estão em um só livro - "Os 12 profetas". A ordem do Cânon é apresentada abaixo:
Torá ( תורה )
Instrução (Os 5 de Moisés) (5)
 
Neviim ( נביאים)
Profetas (8)
 
Kethuvim (כתובים)
Escritos (11)
O historiador judeu Flávio Josefo descreve em sua obra Contra Ápion[1], que o Canon possuía 22 livros. Algumas escolas sugerem que ele considerou Rute como parte de Juízes, e Lamentações como parte de JeremiasJerônimo, autor da célebre tradução da Bíblia para o latim conhecida como Vulgata, também fez essa mesma afirmação no Prologus Galeatus

Livros deuterocanônicos

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Deuterocanônico (português brasileiro) ou deuterocanónico (português europeu) refere-se a alguns livros e partes de livros bíblicos do Antigo Testamento e do Novo Testamento que foram utilizados por um grande número de cristãos ao longo da História do Cristianismo, sendo considerados apócrifos no Judaísmo e pelos sucessores da reforma durante o século XX, iniciada por Lutero e Calvino no século XVI.

Índice

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[editar]Etimologia

O termo "deuterocanônico" é formado pela raiz grega deutero (segundo) e canônico (que faz parte do Cânon, isto é do conjunto de livros considerados inspirados por Deus e normativos por uma religião ou igreja). Assim, o termo é aplicado a livros e partes de livros bíblicos que só num segundo tempo foram considerados como canônicos.

[editar]Utilização teológica

O adjetivo "deuterocanônico" é originalmente aplicado a estes textos pelos cristãos, por considerarem ao longo da História do Cristianismo como inspirados e fazendo parte integrante da Bíblia. Sendo também a terminologia teológica correta aplicada a esse conjunto de livros. Além da Igreja Católica Apostólica Romana, outras igrejas utilizam-se dos livros deuterocanónicos em suas Bíblias. O fato de não serem considerarados inspirados por alguns não caracteriza o descarte ou na desvalorização desses livros. Esses livros são considerados patrimônios históricos da fé, pois refletem e fizeram parte das crenças cristãs ao longo da História, sendo portanto de grande valor literário e religioso. Martinho Lutero, reconhecendo a importância dos mesmos para a formação cristã, incluiu na sua tradução da Bíblia para o alemão estes livros em apêndice.[1]
O assunto da autenticidade e do valor teológico desses livros foi tratado nos seguintes concílios:
Este concílio teve quase os mesmos que participaram do 1º concílio de Constantinopla. 150 bispos participaram.[carece de fontes]
"O Sínodo... recebe e venera todos os livros, tanto do Antigo como do Novo Testamento... assim como as tradições orais." [...]"Se qualquer pessoa não aceitar como sagrado e canônico os livros mencionados em todas as suas partes, do modo como eles têm sido lidos nas igrejas católicas, e como se encontram na antiga Vulgata latina, e deliberadamente rejeitar as tradições antes mencionadas, seja anátema."[carece de fontes]
Um documento conhecido como Decreto Gelasiano (496 d.C) também confirma a canonicidade dos deuterocanônicos.[carece de fontes]

[editar]Lista dos livros deuterocanônicos do Antigo testamento e Novo testamento

São deuterocanônicos (ou apócrifos pelos Protestantes) do Antigo Testamento e do Novo Testamento os seguintes livros bíblicos:
Antigo Testamento
Fora os livros deuterocanônicos podemos também encontrar fragmentos deuterocanônicas dentro de livros canônicos como:
Novo Testamento (inicialmente rejeitados pelos protestantes mas posteriormente incluidos em suas Bíblias, no século XX).
Alem desses livros, há três fragmentos deuterocanônicos encontrados nos livros chamados protocanônicos pelos católicos, são os seguintes trechos:
  • Evangelho de Marcos - O final de Marcos (16,9-20).
  • Evangelho Lucas - O episódio do suor de sangue em Lucas (22,43-44),
  • Evangelho João - (5:3'-4).
  • Evangelho João - A cena da mulher adúltera em João (7,53-8,11).
  • Evangelho João - E todo o Capítulo 21 de João, (21,1-25).

[editar]Os deuterocanônicos e a Igreja Antiga

Estes livros eram já conhecidos pelos cristãos, que os citavam e utilizavam. Os estudiosos encontraram citações destes livros nas obras de Ireneu, Justino, Agostinho, Jerônimo, Basílio Magno, Ambrósio e muitos outros.[carece de fontes] Assim, continuaram a ser considerados como inspirados por muitos deles.
Muitos dos Pais da Igreja reconheceram o caráter canônico destes livros. Foi o caso de IreneuJustino MártirSanto Agostinho,Cirilo[desambiguação necessária]CiprianoOrígenes.[carece de fontes]Jerônimo inicialmente negou a canonicidade dos deuterocanônicos. Porém, os estudiosos encontraram uma mudança posterior de sua opinião em suas cartas escritas a Rufino de Aquileia e a Paulino, Bispo de Nola. Embora existissem algumas poucas discordância nas opiniões dos Pais da Igreja, esta discordância parece ter sido resolvida depois, ou então não influenciou o parecer comum da Igreja antiga, que continuou usando-os como canônicos.
A aceitação comum dos deuterocanônicos como livros sagrados pode-se ainda atestar nas primeiras versões Bíblicas, como a Vetus Latina e a Vulgata. No Oriente, a Septuaginta foi adotada como a versão oficial do Antigo Testamento.

[editar]Origem dos deuterocanônicos do Antigo Testamento

Os livros deuterocanônicos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, cessara por completo a revelação divina. Entretanto segundo os Evangelhos a revelação do AT durou até João Batista (cf. Mt 11,12-13 e Lc 16,16).
Os textos deuterocanônicos, atrás referidos, chegaram até nós apenas em grego (alguns escritos originalmente nessa língua, outros traduzidos duma versão hebraica, que se perdeu), fazendo parte da chamada Bíblia dos Setenta, ou Septuaginta, a tradução da Bíbliaem grego, feita por volta do séc. III a.C, para uso dos judeus da Diáspora, e adotada pelos cristãos desde o início como seu texto bíblico de referência. Tais textos não se encontram, pois, na Bíblia Hebraica ou Tanakh.
Num famoso encontro de rabinos judeus, o chamado Concílio de Jâmnia, realizado nos finais do séc. I d.C, destinado a procurar um rumo para o judaísmo, após a destruição do Templo de Jerusalém, no ano 70 d.C, os participantes decidiram considerar como textos canônicos do judaísmo apenas os que existiam em língua hebraica e que remontassem ao tempo do profeta Esdras.
Apesar da crítica moderna afirmar que vários livros que constam no Cânon Hebraico são posteriores ao tempo de Esdras (como é o caso do Livro de Daniel), os estudiosos explicam que os Fariseus não dispunham do método científico que existe hoje para se datar uma obra, ou mesmo para se atribuir a ela um autor. De qualquer forma, os critérios por eles adotados excluíram os livros deuterocanônicos do Cânon Hebraico (ou Judaico).

[editar]Deuterocanônicos do Novo Testamento

Houve livros e trechos do Novo Testamento considerados deuterocanônicos pelos católicos e apócrifos pelos protestantes, os livros de Tiago, Hebreus, Apocalipse, 2 Pedro e 2 e 3 João, assim como trechos dos Evangelhos.
Lutero chegou até mesmo não considerar de forma nenhuma canônicos Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse, que na sua tradução da Bíblia para o Alemão deixou-os num apêndice sem numeração de páginas, e assim o mesmo com os deuterocanônicos do AT. Depois os demais reformadores decidiram que estes livros até então chamados de apócrifos do Novo Testamento deveriam voltar à Bíblia, durante o século XX.

[editar]Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Média e Moderna

No início do séc. XV, um grupo dissidente da Igreja Copta (também chamados de Monofisistas), conhecidos como Jacobitas questionaram o Cânon Alexandrino entre outras coisas. Em 1441, O Concílio Ecumênico de Florença, através da Bula Cantate Domino(4/2/1442) reafirma o caráter canônico do Cânon Alexandrino.
Com a Reforma Protestante, Lutero volta a questionar o caráter canônico dos Deuterocanônicos. Em 1545, é convocado o Concílio de Trento, que novamente reafirma os antigos concílios, e mantém caráter canônico do Cânon Alexandrino do século III a.C.
No início não houve consenso entre os Protestantes sobre o Cânon do AT e do NT. O Rei Jaime I da Inglaterra, responsável pela famosa tradução KJV (King James Version), defendia que os Deuterocanônicos, bem como os protestantes da Inglaterra também concordavam, deveriam continuar constando nas Bíblias Protestantes e por muito tempo os Deuterocanônicos foram aceitos como inspirados(por mais de três séculos) até o inicio do século XX.

[editar]Os deuterocanônicos e a Igreja da Idade Contemporânea

Muitos cristãos protestantes têm denominado esses livros como "apócrifos" por alegarem que neles existam incoerências e falta de concretização de fatos narrados nesses livros, chegando a abdicarem da utilização dos mesmos nas suas listas, não os considerando divinamente inspirados.
Outro argumento apontado é de que foram escritos no período intertestamentário (período de 400 anos compreendidos entre o Novo e o Velho testamento), ou seja em um período que segundo os teólogos reformadores Deus não teria levantado nenhum profeta (também conhecido como "silêncio profético").

[editar]Deuterocanônicos nas primeiras bíblias cristãs

Como a história já registra,[carece de fontes] os deuterocanônicos já faziam parte da vida dos judeus através da tradução grega chamadaSeptuaginta ou Tradução dos Setenta (LXX). Na primeira tradução da Bíblia para o Latim, conhecida como Vetus Latina já continha os deuterocanônicos do AT. A Vulgata, tradução empreendia por São Jerônimo no séc. IV também continha os deuterocanônicos do AT. Mais tarde, a primeira Bíblia impressa da história, conhecida como a Bíblia de Gutenberg (ver Projeto Gutenberg) também já continha os livros deuterocanônicos do AT. Também nas versões protestantes como a KJV (King James Version) e Reina-Valera inicialmente também estavam incluidos os deuterocanônicos do AT.[carece de fontes]

[editar]Bibliografia

  • BITTENCOURT, Benedito P. O Novo Testamento – Cânon – Língua – Texto. São Paulo: Aste, 1965.
  • LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.
  • PASQUERO, Fedele. O Mundo da Bíblia, Autores Vários. São Paulo: Paulinas, 1986.
  • ROST, Leonard. Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1980.
  • SHELLEY, Bruce L. História do Cristianismo ao alcance de todos: uma narrativa do desenvolvimento da Igreja Cristã através dos séculos. São Paulo: Shedd, 2004